O casamento mudou mais em 4 décadas do que em 3 mil anos
O casamento mudou muito nos últimos 40 anos, mais do que nos três mil anos anteriores. Isso se deve, principalmente, à revolução empreendida pelas mulheres. O matrimônio era uma instituição rígida, na qual o papel dos gêneros era estritamente definido. O homem dominava todo o cenário e a mulher se submetia a ele.
Em quatro décadas, as mulheres se livraram de todas as exigências legais e políticas de serem subordinadas aos seus maridos. Ao mesmo tempo, um grande número delas alcançou a independência econômica. As mudanças radicais na forma de se relacionar não são aceitas sem resistência. Muitos homens ainda sentem saudades do antigo status de chefes de família, com a mulher obedecendo rigorosamente às suas recomendações.
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É cada vez menor o tempo de duração de um casamento satisfatório. Alega-se que hoje ninguém tem paciência, que por vivermos numa sociedade de consumo, onde tudo é descartável, o cônjuge também deve ser sempre substituído. Mas a questão não é essa. As dúvidas em relação a manter ou não um casamento começaram a surgir, há algumas décadas, depois que o cônjuge passou a ser escolhido por amor e não mais por interesses familiares.
A ideia de felicidade conjugal depende da expectativa que se tem do casamento. Durante muito tempo a mulher não tinha do que reclamar se seu marido fosse provedor e respeitador. Para o homem a boa esposa seria aquela que cuidasse bem da casa, dos filhos e dele próprio. Sem pretensão de realização afetiva ou de prazer sexual, ninguém se decepcionava e, portanto, não havia separações.
Além disso, a promessa feita no altar de ficar junto "até que a morte nos separe" torna-se cada vez mais difícil de ser cumprida. Quando a média de vida era menor, o casamento durava apenas alguns anos. Com o crescente aumento da longevidade, "até que a morte nos separe", embora ainda idealizado pela maioria, passou a significar longos anos de convivência, na maioria dos casos, difíceis de suportar.
Novos anseios trouxeram expectativas impossíveis de serem satisfeitas. Ao escolher seu parceiro por amor, espera-se que esse amor e o desejo sexual que o acompanha sejam recíprocos e eternos. Com a convivência e a intimidade excessiva, se percebe que não é isso o que ocorre. As frustrações se acumulam e inúmeras concessões começam a ser feitas. Assim, chega o momento em que a separação é vista como a única saída.
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