O ideal masculino de virilidade e a violência sem fim contra a mulher
Em fevereiro de 2011, a repórter norte-americana Lara Logan foi estuprada por vários homens enquanto fazia uma cobertura jornalística no Cairo, Egito. Ela foi levada de volta para os EUA e passou os quatro dias seguintes hospitalizada.
Essa terrível violência tem uma longa história. Quando o sistema patriarcal se instalou, há aproximadamente 5.000 anos, e a sociedade de parceria entre homens e mulheres cedeu lugar à dominação masculina, a mulher passou a ser uma mercadoria valiosa. Rapto seguido de estupro foi o método mais usado de adquiri-la. Desde então, ocorrem estupros em toda parte, em todas as épocas.
Veja também:
- "Nunca tive orgasmo e tenho me sentido menos mulher por isso"
- "Ele quis dividir a conta do motel comigo! Me senti desrespeitada"
- A mulher se frustra quando o homem broxa?
- 8 coisas que você precisa saber antes de encarar um ménage
O estupro coletivo, autorizado socialmente na Idade Média (séculos 5 ao 15) e mesmo depois, é um dos exemplos. Os jovens se reuniam em associação. Era um bando institucionalizado que saía pelas ruas estuprando as moças. Havia conselhos da melhor forma de praticar um estupro: "Com uma mão levante a sua roupa e, em seguida, encaixe o membro ereto/Em seu sexo. Deixe-a gemer e gritar… Pressione seu corpo contra o seu e satisfaça os seus desejos com ela".
A violência masculina varia de uma sociedade para outra e de um indivíduo para outro. É claro que nos lugares em que a dominação do homem ainda predomina, ela é bem mais perigosa. Para provar sua virilidade o homem, com frequência, manifesta brutalidade e tem reações rápidas e agressivas.
Uma das explicações possíveis para tanta violência seriam os esforços exigidos dos homens para corresponder ao ideal masculino da sociedade patriarcal – força, sucesso, poder –, que provocam angústia, dificuldades afetivas, medo do fracasso e comportamentos compensatórios potencialmente perigosos e destruidores.
Contudo, apesar de tantas violências, as mentalidades começaram a mudar com o movimento feminista dos anos 1960/70. Estamos no meio de um processo de profunda transformação. As constantes críticas ao feminismo e às feministas são incompreensíveis. Só consigo imaginar duas hipóteses: essas pessoas desconhecem totalmente a história ou não se importam que as mulheres continuem sendo humilhadas, violentadas e assassinadas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.