"Percebi que poderia me ligar muito a ela e dei um jeito de cair fora"
"Conheci uma mulher bem interessante, e começamos a sair. Nas duas primeiras vezes foi ótimo, mas no terceiro encontro dei um jeito de cair fora. Acho que percebi que podia me entregar muito a ela, que poderia ficar dependente e, depois, sofrer. Sei que a magoei, mas não é a primeira vez que faço isso. O pior é que aconteceu a mesma coisa nos meus dois namoros anteriores"
***
Os romanos desenvolveram a ideia de prudência, de lutar contra o amor, visando evitar o sofrimento. O poeta-filósofo Lucrécio disse em seu livro que o amor sexual apaixonado devia ser cuidadosamente evitado:
"Esse tipo de amor forma hábito; provoca atos frenéticos e irracionais, consome as energias do amante, e desperdiça-lhe a substância. O homem prudente afasta seus pensamentos para longe do amor, sabendo que o amor é uma doença. Se o homem sente falta de afeto, trate de satisfazer-se com as relações mais fáceis sem deixar-se perturbar pelas emoções."
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Mas se alguma mulher começa a afetar o homem prudente, inspirando-lhe amor: "O homem prudente deliberadamente lhe estuda os defeitos, de modo a contemplá-la em retrato de corpo inteiro. Ao invés de lhe admirar loucamente, ele percebe que ela é suja, que possui seios balançantes e que faz uso da linguagem sem escrúpulos. O homem prudente lembra a si mesmo que até a mais bela mulher faz as mesmas coisas que a mulher feia: sua, elimina dejetos e abafa os cheiros corporais com perfume. O homem racional não se deixa ludibriar.", diz o poeta.
Passaram-se dois mil anos e muitas pessoas ainda sentem medo de amar. Evitam qualquer relação mais frequente, tentando evitar intimidade com o outro. Muitas vezes a pessoa rompe, magoa a outra pessoa, cria situações de brigas. Pode criar expectativas impossíveis. O medo é das consequências do amor — não ser gostado, ser abandonado, ser trocado por outro, etc… Isso limita bastante a vida da pessoa.
Relacionamentos superficiais podem ser usados como válvula de escape para driblar o medo da entrega amorosa, mas nem sempre as pessoas se dão conta disso. Assim surgem desculpas do tipo: "ninguém quer relação séria", "não era isso o que eu queria" ou "não dou sorte, mesmo". Sabotar-se nem sempre é uma atitude consciente, mas aqueles que se identificam com as situações acima descritas precisam investigar o que acontece dentro de si mesmo, lembrando que a responsabilidade não está necessariamente no parceiro.
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