Por que em pleno século 21 homem pelado ainda é escândalo e mulher nua não?
O nu possui uma longa história, acompanha na verdade a evolução cultural dos seres humanos, em altos e baixos que se nivelam em nossa também histórica repressão sexual.
Na Antiguidade grega e romana, o nu foi exaltado. Era um direito dos deuses do Olimpo. A deusa Afrodite e Apolo, entre muitos outros foram retratados em pinturas e esculturas inteiramente nus. Entre o fim da Antiguidade e o Renascimento, durante o império cultural do cristianismo, em toda a Idade Média, o nudismo foi reprimido.
Mas bastou surgir o Renascimento, no século 16, para o nu retomar a sua importância cultural e artística. O nascimento de Vênus, de Botticelli, de 1485, é um exemplo entre centenas de obras que foram criadas utilizando como modelos mulheres que eram amantes de homens poderosos.
Contudo, em pleno século 21, o homem pelado ainda é um escândalo. São raros os nus masculinos na mídia ou em qualquer audiovisual, enquanto as mulheres despidas são elementos para melhorar os negócios e aguçar a libido. Um claro sintoma de uma cultura desigual no que toca a gênero e sexualidade.
A doutora em história, Stephanie Dahn Batista, da Universidade Federal do Paraná, lembra que há séculos o homem ocupa o lugar de observador da arte. "O corpo feminino sempre apareceu como objeto de desejo, reflexo de uma relação de poder, o artista é masculino e o modelo, feminino", avalia ela.
"Não há o hábito de ver o nu masculino com toda liberdade, essa nudez causa constrangimento e estranheza", lembra a estudiosa do assunto sobre os modelos de nus masculinos nas aulas de arte. A nudez masculina está mais exposta a cada dia, mas ainda provoca muito mais tumulto do que a feminina.
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