Nos anos 60, revolução sexual nos ajudou a evitar distúrbios emocionais
Para os jovens dos anos 1960, a geração que ficou conhecida por seu interesse em sexo, drogas e rock and roll, e cujo slogan favorito era make love, not war, o sexo vinha indiscutivelmente em primeiro lugar. A busca era por uma gratificação sexual plena.
O filósofo francês Pascal Bruckner diz: "Apesar de as canções continuarem a falar de amor, a música popular da época – rock and roll e o pop – emitia gritos de apetite sexual selvagem (I can't get no satisfation, I want you!) Tratava-se exclusivamente de satisfazer os próprios apetites. A inibição e a frustração eram apontadas com o dedo como doenças a serem erradicadas; o sentimento amoroso, com sua extraordinária complexidade e suas fantasias seculares – o sentimento de posse, o ciúme, o segredo – , foi posto no índex."
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A liberdade sexual foi o traço de comportamento que melhor caracterizou o Flower Power. Durante 20 anos, dos anos 60 aos 80, houve mais celebração do sexo do que em qualquer outro período da História; já havia a pílula anticoncepcional e a Aids ainda não havia mostrado sua cara.
O principal objetivo da Revolução Sexual é a eliminação, ou pelo menos a diminuição, da repressão. A aspiração, em suma, é por uma maior liberdade sexual. Essa aspiração sempre foi experimentada como uma necessidade crucial pela maioria das pessoas que, porém, tradicionalmente optavam entre duas alternativas — as que lhes eram normalmente oferecidas —: ou se submetiam de corpo e alma à repressão, o que originava distúrbios psíquicos, ou procuravam atender às solicitações naturais das pulsões sexuais em segredo, escondidos de modo hipócrita e mentiroso.
De qualquer maneira, a repressão sexual sempre causou problemas emocionais. O combate à repressão e a aspiração pela liberdade sexual significam busca decidida da saúde psíquica, que exige sinceridade consigo próprio, honestidade de propósitos e principalmente coragem. liberdade inédita, a famosa permissividade da contracultura, foi duramente criticada pelas gerações anteriores como promiscuidade e degeneração.
Para o escritor Luiz Carlos Maciel, que viveu intensamente a época, é possível que, em muitos casos, tal crítica tivesse até algum fundamento, mas, de maneira geral, o que se descobriu foi simplesmente capacidade do instinto para se auto regular, para estabelecer espontaneamente seus próprios limites e os mecanismos de autocontrole porventura necessários, sem a imposição artificial de uma repressão externa.
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