Weinstein não foi o primeiro: Assédio no cinema surgiu nos anos 1920
O primeiro mito sexual do cinema internacional era filha de um alfaiate de Cincinnati, Ohio, EUA, e se chamava Theodora Goodman. A recente máquina de Hollywood a transformou em Theda Bara, amamentada por crocodilos e algoz dos amantes, que eliminava com veneno guardado em amuletos misteriosos.
Theda Bara assustava as famílias interpretando Cleópatra e Salomé. Foi chamada de Vamp, porque, assim como os vampiros, sugaria seus apaixonados. A ingênua classe média americana fez a leitura de que o sexo podia destruir a ordem social. Melhor para a bilheteria.
Veja também:
- "Meu ex é um tirano que me controla o tempo todo"
- Por que nossa cultura valoriza mais o namorado do que o amigo
- Sociedades sexualmente conservadoras são as mais inclinadas à violência
Em 1922, "Três Semanas" chega às telas. É um ingênuo drama amoroso, mas fala de adultério entre um jovem inglês e uma predadora sexual. Ocorre uma cena de amor bastante simulada sobre uma pele de tigre.
Quando o livro, em que se baseia o filme, foi proibido nos EUA as bilheterias estouraram. A autora do estrondoso sucesso é Eleonor Glyn, uma ilustrada escritora disposta a faturar com o sexo. Sobre o enredo do livro e do filme ela afirmou: "Os homens americanos não sabem fazer amor. Mesmo os atores principais não têm ideia do que seja o bom sexo".
O surgimento do filme falado e a multiplicação das salas de exibição fazem do cinema o tesouro na ponta do arco-íris, e milhares de jovens sonham com Hollywood. Muitas vão até lá tentar a sorte. Os produtores estão dispostos a conhecer esses talentos, mas antes é necessário tirar a roupa para mostrar a "fotogenia".
Os magnatas da indústria do sonho instituíram o teste do sofá, no qual jovens adolescentes se submeteram aos desejos de Darryl Zanuck, Harry Cohn e Louis Mayer, entre outros. O sexo domina os bastidores do cinema. Os jornais denunciam as orgias regadas a champanhe.
Em 1921, o Hotel Saint Francis é palco de uma tragédia. Durante uma dessas festas, a estreante Virgínia Rappe morreu ao tentar abortar usando o gargalo de uma garrafa de Don Perignon. As manchetes explodiram e 40 dos estados americanos apelaram para a censura cinematográfica.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.