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Regina Navarro Lins

Homens ainda têm dificuldade em falar sobre intimidade. É preciso repensar

Universa

28/03/2019 04h05

(Caio Borges)

"Quando se trata de relações amorosas, a 'intimidade de diálogo', inevitavelmente, deixa os homens perdidos. Nesse regime, eles sofrem de uma deficiência de intimidade crônica que necessita de reparos constantes.", diz a terapeuta de casais belga Esther Perel.

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Do homem é cobrado, a vida inteira, ter atitudes, comportamentos e desejos considerados masculinos. Qualquer variação no jeito de falar, andar ou sentir e sua virilidade é posta em dúvida. A hegemonia da palavra falada passou a ser uma tendência feminina. Como são socializados para agir, competir e ser destemidos, a capacidade de expressar os sentimentos não é um atributo valorizado na formação da masculinidade.

Muitos deles, ainda submetidos à ideologia patriarcal, ou seja, machista, estabelecem no máximo intimidade sexual com suas parceiras, nunca intimidade emocional. Para estes a intimidade é vista como um sinal de fraqueza. Para outros, a intimidade é um privilégio, um luxo afetivo a ser conquistado pouco a pouco.

A intimidade é acima de tudo uma questão de comunicação emocional, com os outros e consigo mesmo, em um contexto de igualdade interpessoal. Há um estudo americano em que 2/3 dos 200 homens entrevistados, não conseguiram citar um amigo íntimo. Com as mulheres o resultado é diferente; 3/4 puderam facilmente citar um ou mais amigos íntimos, e para elas era virtualmente sempre uma mulher.

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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