Por que é comum rompermos relações com o ex?
Você já reparou que é comum uma pessoa passar anos ao lado de alguém, com muita intimidade, dividindo todos os momentos da vida e, de repente, como se tivesse sido desligada da tomada, deixar de ter qualquer importância? Deixa de existir no campo afetivo do outro, aliás, a impressão é a de que nunca existiu. Na maior parte das vezes é assim que acontece com os ex-casados. E o curioso é esse comportamento ser visto como natural.
Num casamento é possível viver junto, com satisfação durante algum tempo, mas é comum que, num determinado momento, surjam novos anseios. Não se deseja mais conviver diariamente com aquela pessoa, nem se sente mais desejo por ela. Entretanto, não significa absolutamente que o amor, caso houvesse, tenha acabado.
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Gilberto Gil percebeu isso quando compôs Drão para a ex-mulher:
Drão/não pense na separação/não despedace o coração/o verdadeiro amor é vão/estende-se infinito/imenso monólito/nossa arquitetura/Quem poderá fazer/aquele amor morrer/nossa caminha dura/cama de tatame/pela vida afora…
Mas é comum se aceitar o amor dentro de limites tão estreitos que ele se torna um sentimento frágil. Acredito numa incompetência generalizada para a vida amorosa. Poucos conseguem depois da separação continuar amando seu antigo parceiro e sendo amado por ele.
Um deve ser excluído para que se coloque outro no lugar. Entretanto, a relação amorosa pode ser rica, variada, e se realizar de modos diversos. Com o ex geralmente ela se transforma: passa a ter novos códigos e menos convívio. Mas não tem nada a ver com estar amando menos.
Talvez uma explicação esteja no fato de que numa vida a dois, investimos na relação, esperando que todas as nossas necessidades sejam preenchidas. Sentimo-nos protegidos e alimentamos a fantasia de que nada vai nos faltar.
O parceiro amoroso se torna, então, imprescindível, parte da nossa vida. Mas a questão é que a importância que ele tem não é própria, e sim trazida pelo vínculo amoroso, só perdurando enquanto existir a relação. Afinal, amamos estar amando; nos apaixonamos pela paixão.
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