Qual é o valor de uma mulher no casamento?
O governo do Japão está incentivando homens a tirarem licença-paternidade diante da crise demográfica enfrentada pelo país, mas há um novo desafio. Segundo uma pesquisa, quase um terço das mães relatou que seus parceiros ajudam pouco em casa durante a licença. As mães que participaram da pesquisa disseram que, muitas vezes, elas mesmas acabavam fazendo as tarefas domésticas ou que seus maridos usavam parte do tempo para se divertir. A desigualdade de gênero nas tarefas domésticas no Japão tem chamado a atenção do mundo todo.
Embora a mentalidade do Ocidente, no que diz respeito ao papel do homem e da mulher, esteja em profunda transformação não é difícil ainda encontrarmos por aqui comportamentos semelhantes ao dos japoneses. Afinal, a mudança na forma de pensar e viver é lenta e gradual.
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Em 1947, a psicanalista Marynia Farnham e o sociólogo Ferdinand Lundberg publicam o best seller Mulher moderna: o sexo perdido, onde dizem: "As insatisfações da mulher se devem exclusivamente ao seu fracasso no amor, resultado de sua incapacidade de ser uma verdadeira mulher. A mulher saudável é aquele que seguiu seu destino biológico e procriador, que aprendeu a fazer crochê, evitou o ensino superior a todo o custo, pois isso a tornaria frígida, e adotou uma forma feminina de vida."
Na Inglaterra, a supremacia masculina é tão clara que um guia dos anos 50, "Como ser uma esposa perfeita", aconselha: "Sejam alegres.. preocupando-se com o conforto dele trará grandes satisfações pessoais… Mostre sinceridade no desejo de agradar … Fale com voz lenta, quente e agradável… Lembre-se que ele é o patrão e que por isso vais exercer sempre seu poder com justiça e habilidade…Não faça perguntas …uma boa esposa sabe reconhecer seu lugar."
As mulheres eram consideradas incompetentes e desinteressantes, e lhes eram negadas quase todas as experiências do mundo. A expectativa em relação à mulher casada era a de que se contentasse com a vida em família.
A responsabilidade pela estabilidade no casamento é da esposa, que deve sacrificar-se para mantê-lo. E a melhor forma de conseguir isso é atrair o marido com afeição e serviços, engolindo as reclamações e cobranças.
No Brasil, em que a violência contra a mulher atinge níveis absurdos, seria interessante adotar o mesmo que as escolas do estado australiano de Victoria, em que há aulas sobre estereótipos de gênero.
Com o nome de "Relações Respeitosas", a disciplina abrange o ensino fundamental e o ensino médio e tem como objetivo discutir questões como desigualdade social, violência de gênero e privilégio masculino. Afinal, um estudo divulgado pela Unicef, em 2016, mostrou que as meninas passam 160 milhões de horas a mais se dedicando a tarefas domésticas do que meninos, o que afeta seu desenvolvimento pessoal e profissional.
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