“Meu marido não se interessa mais em fazer sexo comigo; quero um amante"
"Meu marido parou de me procurar para o sexo há uns seis meses. Estamos juntos há 14 anos. Sempre que tento conversar sobre isso ele desconversa. Fiquei imaginando que ele talvez tivesse alguém e me convenci que precisava reconquistá-lo. Ele chega do trabalho às 20h e vai direto tomar banho antes do jantar. Aguardei a chegada dele andando pela casa apenas de calcinha, mas não adiantou nada. No dia seguinte, quando ele entrou no quarto a caminho do banheiro, me viu deitada nua lendo uma revista na cama e disse: "Você vai se resfriar, andando pelada no inverno!" Desisti. Estou pensando seriamente em procurar um amante."
***
É comum ouvirmos sugestões para a ausência do sexo no casamento com frases tipo: "tem que ser criativo". Além de ninguém explicar o que é exatamente ser criativo, fica a ideia de que a incompetência pessoal é que está colocando a relação em risco. Aí, parte-se para soluções fáceis como ir a um motel, abrir um champanhe, ou mesmo constrangedoras cenas de nudez. E, claro, nada disso adianta. Desejo sexual não se força; existe ou não.
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É importante todos saberem que na grande maioria dos casos não se trata de problema pessoal ou daquela relação específica, e sim fato inerente a qualquer relação prolongada em que a própria individualidade e a do outro não é respeitada.
Essa informação pode evitar acusações mútuas, em que se busca um culpado pelo fim do desejo. O preço é a decepção de ver se dissipar o ideal do par amoroso. No entanto, a partir daí fica mais fácil cada um decidir o que fazer da vida.
As soluções são variadas: fazer sexo sem vontade, só para manter a relação; viver como irmãos; se torturar por não aceitar se separar nem viver sem sexo. Mas será que não existe outra saída para o que afeta tantos casais? Talvez uma reflexão sobre o modelo de casamento vivido na nossa cultura ajude bastante.
Acredito que um casamento pode ser ótimo, inclusive do ponto de vista sexual. Mas, para isso, as pessoas precisam reformular as expectativas que alimentam a respeito da vida a dois, como, por exemplo, a ideia de que os dois vão se transformar num só; a crença de que um terá todas as suas necessidades atendidas pelo outro; não poder ter nenhum interesse em que o amado não faça parte; o controle de qualquer aspecto da vida do outro.
É fundamental que haja respeito total ao outro, ao seu jeito de pensar e de ser e às suas escolhas; liberdade de ir e vir, ter amigos em separado e programas independentes. Caso contrário, a maioria das relações, com o tempo, se torna profundamente desinteressante.
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