Os delírios da primeira masturbação de um homem
O sociólogo Lionel Tiger era um adolescente criado na severa comunidade judaica, na década de 50 em Quebec, no Canadá, com estrito controle religioso, um prestigiado esquadrão de moral e bons costumes e sem muito lugar para o prazer. Certa noite, na casa de parentes de cujos filhos cuidava na ausência dos pais, resolveu masturbar-se pela primeira vez. A seguir o relato da sua experiência.
"Era muito difícil para um menino, este menino que vos fala, descobrir as misteriosas possibilidades do corpo. Nem mesmo os jovens mais empenhados na investigação do assunto podiam valer-se de manuais de instrução ou experiência em sala de aula ou no laboratório escolar.
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Eu sabia por confusa experiência que o pênis ficava ereto e que era bom demais manipulá-lo. Conhecia seu papel na reprodução, embora em termos de macroteoria.
Minha principal pista quanto à empreitada que contemplava era o linguajar chulo dos colegas, especialmente numa senha das mais explícitas: 'tocar punheta'. Qualquer simplório seria capaz de adotá-la como guia de ação.
Resolvi então tocar uma punheta. Mas quando? E se exagerasse? E se meu rosto ficasse vermelho durante horas? E se meu órgão sexual me impedisse de despedir-me decentemente dos primos, e eu ainda estivesse ofegante e bufando? E se não conseguisse atender às crianças sob meus cuidados, quando precisassem de ajuda?
O principal era escolher o momento certo. Esperei que os bebês caíssem em sono profundo, sem nenhum sinal de queixa ou qualquer manifestação consciente durante quase uma hora.
Calculei então a metade do tempo que faltava dali até a hora que meus 'patrões' deveriam voltar. Seria aquele o meu momento!
Mas onde? Dependia do que ia acontecer, e isto eu não sabia. Tinha praticamente certeza de que expeliria um fluido. Mas em que quantidade? E se deixasse minha roupa escandalosamente suja? E se eu fosse denunciado por uma porcariada de chamar a atenção? E se a coisa acabasse com uma mancha federal no papel de parede da sala de visitas? E se ficasse no ar um odor inconfundivelmente carnal?
Encontrei a solução perfeita: ficaria completamente nu na banheira! Nada de roupas lambuzadas. É claro que a banheira seria perfeitamente capaz de conter tudo que eu conseguisse expelir. As provas seriam apagadas com um abrir de torneiras. Era uma solução higiênica e conveniente para o dilema criado por minha ardente perturbação.
Mas quanto tempo demoraria? E se eu perdesse a noção do tempo? Tinha de me arriscar. Decidi então que mesmo dentro da banheira manteria no pulso o meu relógio, que não era à prova d'água."
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