Quando é a hora certa de um casal pedir ajuda a um terapeuta?
Você tem ideia de quanto tempo em média homens e mulheres casados gastam conversando? É incrível, mas estatísticas americanas mostram que eles conversam apenas meia hora por semana! É muito difícil saber em que momento os dois começaram a se tornar estranhos. E na maior parte das vezes nem os envolvidos conseguem responder o motivo. Alguns chegam ao ponto de, após anos de vida em comum, ir deixando de se falar. Mas ficam ali, juntos…
Isso não é difícil de entender. Desde criança todos aprendem que o casamento é o lugar onde uma pessoa pode realizar-se afetivamente, por isso, desfazer a fantasia do par amoroso idealizado é doloroso. Entretanto, devido ao descompasso entre o que se esperava da vida a dois e a realidade, as frustrações vão se acumulando e, de forma inconsciente, gerando ódio. Por causa da sensação de fracasso, vemos em muitos casamentos sentimentos de desprezo e de desvalorização, de um para o outro, e de cada um por si. Eles se cobram, se criticam e se acusam.
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Contudo, em algum momento o casal pode tomar consciência dos seus limites e desejar desfrutar uma vida mais satisfatória. A fantasia ideal do início dá lugar a uma versão mais realista. Cada um se torna mais autônomo, e abordar as desavenças de frente, em vez de ocultá-las, pode não parecer tão ameaçador. É então que pode surgir a ideia de procurar a terapia de casal. Afinal, a procura de autonomia não significa necessariamente incapacidade de permanecer numa relação a dois, mas sim a recusa de pagar qualquer preço por ela.
A terapeuta de casal americana Virginia Satir afirma que as dificuldades para enfrentar problemas em um casal sempre estão relacionadas à baixa autoestima dos parceiros. Outra complicação é representada pelo fato de que os membros de um casal podem ficar presos um ao outro, num encaixe psicológico que faz lembrar seus modelos infantis. É fundamental que os cônjuges desenvolvam a possibilidade de lidar com a pessoa real, e não com a ideia que cada um tem do outro.
Jürg Willi, professor de medicina psicossocial da Universidade de Zurique, Suíça, acredita que para duas pessoas elaborarem um mundo comum é preciso negociar juntas certas estruturas que dizem respeito ao sentido e objetivo da relação de casal. O desenvolvimento pessoal de cada um implica redefinir continuamente a distribuição de papéis, regras, funções, poder. Não há dúvida de que a possibilidade de formar um casal sadio é algo que pode ser ensinado. Hoje, muitos terapeutas estão trabalhando dentro dessa perspectiva.
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