“Quem eu amo não me quer; quem me quer não me interessa. Por quê?"
"Quero muito ter um namorado, mas não entendo… algo estranho acontece comigo. Roberto é um homem bonito e inteligente, que diz me amar e desejar ter uma relação séria comigo. Não consigo sentir nada por ele. Em compensação, não paro de pensar no Júlio, que conheci no ano passado e só aparece de vez em quando. Sei que se namorasse ele, seria muito frustrante pra mim… Ele combina um encontro e me deixa esperando. Some, depois de um tempo aparece e some novamente. Se eu pudesse trocar o meu interesse de um pelo outro! Como se explica isso?"
***
Talvez a explicação esteja no fato de que antes de qualquer escolha amorosa já temos desenvolvido um modelo cheio de circuitos cerebrais que determinam o que nos leva a nos apaixonarmos por uma pessoa e não por outra. O sexólogo americano John Money concluiu, em sua pesquisa, que as crianças desenvolvem esses mapas amorosos entre os cinco e oito anos de idade e são determinados pelos relacionamentos com a família, amigos, assim como por suas próprias experiências e oportunidades.
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Quando crianças, por exemplo, nos acostumamos à bagunça ou à tranquilidade da casa, ao jeito como nossa mãe nos escuta, ralha conosco ou nos estimula, e como nosso pai brinca ou caminha. Algumas características de temperamento de nossos amigos e parentes nos atraem e outras associamos a incidentes perturbadores.
Assim, pouco a pouco, essas memórias começam a formar um padrão em nossa mente, um modelo subliminar do que nos agrada e do que nos desagrada. Quando nos tornamos adultos, temos um quadro mental do parceiro idealizado, dos cenários que nos atraem e dos tipos de conversas e de atividades eróticas que nos excitam.
Desse modo, bem antes de conhecermos nosso "verdadeiro amor" em uma sala de aula, festa ou no trabalho, já temos prontos alguns elementos básicos de nosso parceiro ideal. Depois, quando realmente encontramos quem se encaixe dentro desses parâmetros, nos apaixonamos por ele e nele projetamos nosso mapa amoroso.
O objeto da paixão é em geral bem diferente de nosso ideal, mas deixamos de lado essas inconsistências para fazê-lo se encaixar em nosso modelo. Daí a famosa frase de Chaucer: "O amor é cego".
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