Da virgindade ao sexo anal: a difícil noite de núpcias ao longo da história
Em países de cultura árabe e muçulmana, a virgindade das noivas é obrigatória. Uma pesquisa com 20 homens de até 45 anos, casados e solteiros, incluindo pessoas da elite econômica e cultural, revelou o que eles pensam. Eles consideram que "manchas de sangue provam a virgindade da noiva" e isso é o alicerce de um casamento feliz.
Se olharmos a história do Ocidente, observamos que a exigência de virgindade das noivas também apresenta aspectos inacreditáveis, começando pela Roma Antiga. A noite de núpcias desenrolava-se como uma violação legal, da qual a esposa saía "ofendida contra o marido", que habituado a usar as escravas, desconhecia outras formas de iniciativa sexual. Era comum, na primeira noite, o recém-casado se abster de deflorar a mulher, em consideração à sua timidez; nesse caso, porém, como compensação, ele praticava sexo anal com ela.
Na Idade Média (séculos 5 ao 15), apesar de haver controvérsias entre os historiadores, o jus primae noctis dava teoricamente o direito, ao senhor feudal, de deflorar a noiva de um vassalo. "Alguns relatos dispersos, mas verídicos, indicam que este costume foi efetivamente praticado em diversos países europeus, mesmo no período em que a cavalaria estava transformando-se em filosofia orientadora da aristocracia", diz o historiador americano Morton Hunt.
A moda da viagem de núpcias, a Lua de Mel, se difunde no século 19, por volta de 1830. Diante de todos os tabus a respeito do sexo, essa prática crescente tinha o objetivo de poupar o círculo familiar de um momento "tão constrangedor''…
No início do século 20, a noite de núpcias é a meta dos sonhos e temores da moça, nesse século da virgindade. Mas também é uma provação; o difícil momento da iniciação feminina por um marido que conhecera o sexo só com prostitutas. Essa noite impõe uma encenação coletiva do pudor, do temor e da ignorância que todos os médicos descrevem. A iniciação pode ser brutal. Os maridos aguardaram essa noite para se revelarem.
Nos anos 1950, a maioria das jovens ainda tentava se casar virgem. A historiadora Carla Bassanezi conta em seu livro que apesar dos riscos de "perder o respeito" do próprio namorado ou noivo, nem todas as moças evitam contatos íntimos. Algumas permitem certas "liberdades" desde que a virgindade – selo de qualidade exigido para o casamento – seja mantida e que "mais ninguém saiba". Nesse tipo de namoro pode haver "amassos" (carícias por cima e por baixo da roupa), sexo "feito nas coxas" ou até sexo oral e anal.
Não é somente o medo de "dar um mau passo" ou de "se perder" que assustava as jovens. A contracepção era inacessível às mulheres solteiras e havia, portanto, o temor da gravidez indesejada. Nos Estados Unidos, as clínicas chegavam ao ponto de pedir o recibo do vestido de noiva para aquelas que queriam tomar precauções antes da noite de núpcias.
Estamos no século 21. Como você acha que a virgindade é vista hoje nos países ocidentais?
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