No passado, "fake news" descreviam o orgasmo como um filme de terror
No livro "Tratado sobre a Impotência e a Esterilidade no Homem e na Mulher", de 1855, o médico francês Dr. Roubaud, descreve o orgasmo nos seguintes termos catastróficos:
"No orgasmo a circulação se acelera. Os olhos violentamente injetados, se tornam esgazeados. A respiração, ofegante e entrecortada em alguns, se suspende em outros. Os centros nervosos congestionados transmitem apenas sensações e volições confusas. Os membros, tomados por convulsões e às vezes por câimbras, agitam-se em todos os sentidos ou se estendem e se enrijecem como barras de ferro; os maxilares cerrados fazem ranger os dentes, e algumas pessoas levam tão longe o delírio erótico que, esquecendo o companheiro de sua volúpia, mordem até sangrar um ombro que ali ficou incautamente abandonado. Esse estado frenético, essa epilepsia e esse delírio geralmente duram pouco. No entanto, bastam para esgotar as forças do organismo."
A descrição desse "filme de terror" devia ser para ninguém nem querer mais pensar no assunto. Na era vitoriana, sobretudo depois que a rainha Vitória, da Inglaterra, ficou viúva, em 1861, a repressão sexual se intensificou. O prazer sexual das mulheres era inaceitável. A falta de desejo sexual era um importante aspecto da feminilidade. O ponto de vista oficial da época foi bem expresso pelo médico Lord Acton: "Felizmente para a sociedade, a ideia de que a mulher possui sentimentos sexuais pode ser afastada como uma calúnia vil."
Mas não era só na Inglaterra que o prazer sexual era visto como algo degradante. O neuropsiquiatra alemão Krafft-Ebing, estudioso da patologia sexual, encarava a sexualidade como uma espécie de doença repugnante, para as mulheres. Ele pregava que se a mulher for normal quase não terá desejo sexual. Afirmava ainda que homens que evitam mulheres e mulheres que desejam homens são anormais.
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