"Minha namorada não se sente estimulada por nenhum tipo de carícia"

Ilustração: Caio Borges
"Estou namorando uma linda mulher há seis meses. Sinto muito tesão por ela e gosto da sua companhia. Mas o sexo deixa muito a desejar. Embora ela seja inteligente e não seja nada preconceituosa, é completamente travada na cama. A sensação que tenho é que ela não se sente estimulada por nenhum tipo de carícia. Já conversamos sobre esse problema, mas em nada adiantou. Isso me frustra… chego a pensar em partir para outra"
***
Na intimidade da vida de cada um, o sexo continua sendo para a maioria um problema complicado, difícil, cheio de dúvidas e autojulgamentos negativos. Ainda existe em quase todos uma carência fundamental de sexo, tanto em quantidade como em qualidade.
O ser humano possui uma amplitude sexual inigualável, podendo experimentar e viver a sexualidade desde a simplicidade reprodutora de um puritano até o êxtase do sexo tântrico. Para W.Reich, famoso psicanalista austríaco da primeira metade do século 20, a saúde psíquica depende do ponto até o qual o indivíduo pode entregar-se e experimentar o clímax de excitação no ato sexual. As enfermidades, ao contrário, seriam o resultado do caos sexual da sociedade. Afinal, o ser humano é a única espécie que não segue a lei natural da sexualidade.
Os estereótipos tradicionais de masculinidade e feminilidade das sociedades patriarcais inibiram a capacidade de homens e mulheres para o prazer sexual. As mulheres tiveram sua sexualidade reprimida e distorcida, a ponto de até hoje algumas serem incapazes de se expressar sexualmente, muito menos atingir o orgasmo.
Os homens, por sua vez, também tiveram a sexualidade bloqueada. A preocupação em não perder a ereção é tanta que fazem um sexo apressado, com o único objetivo de ejacular. A mulher, com toda a educação repressora que teve, ainda se sente inibida em sugerir a forma que lhe dá mais prazer. Acaba se adaptando ao estilo imposto pelo homem, principalmente por temer desagradá-lo.
Exercer mal o sexo é isso: não se entregar às sensações e fazer tudo sempre igual, sem levar em conta o momento, a pessoa com quem se está e o que se sente. É fundamental não ter preconceito nem vergonha, considerar o sexo natural, fazendo parte da vida.
A busca do prazer pode então ser livre e não estar condicionada a qualquer tipo de afirmação pessoal. O sexo pode ser ótimo quando se cria o tempo todo junto com o parceiro e o único objetivo é a descoberta de si e do outro. Assim, ele deixa de ser a busca de um prazer individual para se tornar um poderoso meio de transformar as pessoas.
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