A gente costuma se relacionar só com uma pessoa, mas será que dá certo?
O VivaBem selecionou oito estudos sobre a infidelidade. Desses, selecionei os três que me pareceram mais interessantes:
— Em fevereiro deste ano, o "Journal of Personality and Social Psychology" analisou 233 casais. Os pesquisadores acreditam que quem está sexualmente satisfeito é, em geral, mais aberto a ter novas experiências sexuais.
— A tese de mestrado de Thiago de Almeida, no Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), avaliou a relação entre o ciúme e a infidelidade e descobriu que as pessoas mais ciumentas desencadeavam um comportamento infiel do parceiro. A explicação é que os conflitos constantes minam a qualidade do relacionamento, fazendo com que o temor se concretize. "Toda vez que a pessoa chama atenção da outra por ter olhado para alguém, ela a encoraja a olhar".
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— Um estudo com 506 homens e 412 mulheres que tinham um relacionamento monogâmico, publicado no periódico Archives of Sexual Behavior em 2011, mostrou que a infidelidade é comum tanto em homens quanto em mulheres. Os resultados mostraram que 23% dos homens e 19% das mulheres indicaram que já foram infiéis ao parceiro atual.
No Ocidente, a exclusividade sexual nas relações estáveis é a norma e o sexo extraconjugal condenado por muitos. Traição, infidelidade, adultério são palavras usadas para se referir a ele.
Desde cedo somos estimulados a investir nossa energia sexual em uma única pessoa. Mas não é o que acontece na prática. É bastante comum homens e mulheres casados compartilharem seu tempo e seu prazer com outros parceiros, geralmente, de forma secreta. A exclusividade é como um valor agregado ao amor porque, supostamente, quem ama só se relaciona sexualmente com a pessoa amada.
Trocar ideias a respeito de exclusividade sexual não é simples; provoca a ira dos conservadores e preconceituosos e ataques de todos os tipos. Essa discussão só será realmente possível quando a fidelidade deixar de ser um imperativo.
"A infidelidade é o problema que é porque assumimos a monogamia como algo indiscutível; como se fosse a norma. Talvez devêssemos pensar na infidelidade como o que não precisa se justificar, assumi-la com uma naturalidade sem mortificações, para termos condições de refletir sobre a monogamia. Podemos crer que partilhar seja uma virtude, mas parecemos não acreditar em partilhar aquilo que mais valorizamos na vida: nossos parceiros sexuais", diz o psicanalista inglês Adam Phillips, autor de um livro sobre o tema.
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