"Eu me relaciono com 3 homens e as pessoas não entendem por que não namoro"
"Nunca acreditei que uma relação exclusiva com alguém pudesse me completar. Mas a pressão da família é tão grande que a gente acaba ficando em dúvida e faz como todo mundo: casa. Agora que vivo só com meu filho de 12 anos, tenho certeza que prefiro assim. Tenho amigos que participam da minha vida e eu da deles. Nunca senti solidão. Existe uma relação de amor verdadeiro entre nós. Quanto ao sexo, também não quero um parceiro fixo. Já tenho experiência disso e sei que em pouco tempo vai se perdendo o tesão. Atualmente me relaciono com três homens alternadamente, mas tem época que não tenho ninguém. A maior dificuldade é alguém entender que você pode amar uma pessoa e não querer namorá-la da forma tradicional, que o amor não se encaixa em modelos. As pessoas são tão viciadas numa única forma de relacionamento que às vezes fica difícil. Adoraria ler comentários sobre a forma que escolhi viver!"
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Nos vários relatos que me foram feitos por pessoas que não desejam uma relação fixa com um único parceiro, dois fatores são comuns a todas: a importância que dão às relações de amizade — consideram-nas as verdadeiras relações de amor — e a liberdade sexual.
O anseio amoroso de todo ser humano é o desejo de recuperar a sensação de harmonia perdida no nascimento, o que na criança é intensamente dirigido para a mãe. As relações amorosas do adulto funcionam mal porque a maioria tende a reeditar inconscientemente com o parceiro a relação com a mãe, típica da infância.
E isso fica claro na forma como se vive o amor, só se aceitando como natural se for um convívio amoroso possessivo e exclusivo com uma única pessoa. Buscar atenuar o desamparo é fundamental, mas essa busca pode se manifestar de várias formas.
Concordo com o psicoterapeuta e escritor Flávio Gikovate, que diz, em um dos seus livros, que a tendência gregária existe, mas a forma como ela vai se manifestar nas pessoas adultas está em aberto e dependerá de soluções a serem encontradas pelas próprias pessoas; e mais, não existiria apenas uma única solução e nem mesmo é impossível que algumas pessoas, suportando melhor o desamparo e o ser só, tenham essas expectativas amorosas altamente diminuídas ou mesmo quase inexistentes.
Não há dúvida de que há uma resistência geral em admitir que o amor pode ser vivido de forma intensa e profunda fora de uma relação entre duas pessoas. As reações a essa ideia tendem a desqualificá-lo, classificando-o como algo menor.
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