O que aceitamos ou não num relacionamento
A questão da semana é o caso da internauta que tem um namorado frequentador assíduo de swings. Concordaram que ele iria uma vez ao mês e que contaria a ela. Isso já aconteceu três vezes e nessa noite ela fica muito mal, chora e tem ciúmes. Ele não permite que ela vá nem a convida para ir com ele.
O swing, ou seja, a troca de casais, chegou à classe média do Ocidente em fins da década de 70, nos EUA, mas sua prática é antiga em outras civilizações.
Os esquimós costumavam deixar suas mulheres emprestadas ao vizinho, quando saíam para caçar. O objetivo era a preservação da mulher, que podia não resistir, sem apoio de alguém, às baixas temperaturas.
A China também tinha o costume, até a Revolução Cultural, de os maridos, quando se ausentavam, alugarem as esposas. No Tibet, na África e no Havaí há registros sobre esse costume.
As sociedades ocidentais modernas convivem com clubes e publicações especializadas. Os casais anunciam, com fotos, suas intenções. Após troca de e-mails, marcam encontros.
Os adeptos consideram o swing, antes de tudo, uma forma de sair da rotina de suas relações, quando são casados, ou uma liberação das fantasias quando não são. Há códigos que devem ser observados para a prática do swing.
Talvez códigos claramente estabelecidos tenham faltado no relacionamento da internauta que enviou para o blog a sua história.
No início de um namoro o que esperamos da relação, o que aceitamos ou repudiamos, vão sendo passados de um para o outro, na maior parte das vezes, de forma inconsciente.
Cada relacionamento tem seus códigos específicos. Se a pessoa não fica atenta e for aceitando um comportamento no outro que a desagrada, depois fica muito difícil mudar.
A questão é que no século 20 o amor passou a ser valorizado como nunca havia sido em qualquer outro momento da História. As pessoas buscam desesperadamente o amor, e pagam qualquer preço para ter alguém ao lado, não importando muito se a relação amorosa é limitadora.
As mulheres, principalmente, acreditam que qualquer coisa é melhor do que ficarem sozinhas. É fundamental ter um homem ao lado, o resto se constrói, ou se inventa. Acredita-se tanto nisso que sua ausência abala profundamente a autoestima, fazendo com que muitas mulheres se sintam desvalorizadas.
Por medo da solidão muitos suportam o insuportável tentando manter a estabilidade do vínculo. Mas é fundamental que todos desenvolvam a capacidade de viver bem sem um par amoroso.
A condição essencial para ficar bem sozinho é o exercício da autonomia pessoal, com a aquisição de nova visão do amor e do sexo. Assim, o caminho fica livre para um relacionamento mais profundo com os amigos, com crescimento da importância dos laços afetivos.
É com o desenvolvimento individual que se processa a mudança interna necessária para a percepção das próprias singularidades e do prazer de estar só. Quando se perde o medo de ser sozinho, se percebe que isso não significa necessariamente solidão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.