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Regina Navarro Lins

O orgasmo múltiplo do homem: é hora de descobrir esse potencial

Universa

25/06/2020 04h00

Ilustração: Caio Borges/UOL

"Depois que meu marido tem orgasmo ele vira para o lado e dorme.  Eu fico ali, sozinha, olhando o teto." Quem nunca ouviu uma queixa dessas? É, com certeza, a reclamação mais comum das mulheres em relação aos seus parceiros no sexo. Mas, afinal, por que isso acontece?

Muitos dirão que o homem é egoísta mesmo, que só pensa em sexo e após se sentir satisfeito perde o interesse pela mulher. Mas não é isso, não.  Esse desencontro ocorre porque ele ejaculou e… ficou exausto. Mal consegue se mexer, só desejando dormir.  Um homem até declarou: " Depois que eu ejaculo, o travesseiro se torna muito mais atraente do que a minha namorada".

Como orgasmo e ejaculação acontecem quase ao mesmo tempo, o homem ocidental pensa que são a mesma coisa, não se preocupando em  separá-los.  E, com isso, não sabe o que está perdendo. Os chineses há mais de 3.000 anos perceberam que o homem pode ter vários orgasmos seguidos sem ejacular e, desse modo, aumentar a longevidade por não sentir a fadiga que se segue à ejaculação. Não é à toa que os franceses usam a expressão la petite mort — " pequena morte" para a ejaculação — numa referência ao perigo para a vitalidade masculina.

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O jornal "The New York Times" publicou, nos anos 90, o resultado de uma pesquisa científica sobre os danos causados pela produção de esperma para o organismo do homem, concluindo que "gerar esperma é muito mais difícil do que os cientistas imaginavam. Isso requer um desvio de recursos que pode vir a prejudicar a saúde masculina a longo prazo".

E isso faz sentido, pois durante toda a sua vida um homem ejacula em média 5.000 vezes. Considerando que cada ejaculação contém de 50 a 250 milhões de espermatozóides, ele ejacula cerca de um trilhão de desnecessários espermatozóides!  Entretanto, na realidade, só precisaria ejacular quando desejasse ter um filho.

E onde é que entra o prazer nessa história? Sem dúvida, o orgasmo é o prazer físico mais intenso que o ser humano pode experimentar. E o homem pode aprender a ter vários orgasmos consecutivos, mais intensos e fortes, sem ejacular. Dessa forma, ele substitui o prazer momentâneo de uma ejaculação comum pelo prazer do orgasmo múltiplo, que, além de permanecer por longo período, aumenta a energia e a sensação de bem estar.

Mas a maioria dos homens desconhece seu potencial multiorgástico e só se preocupa em chegar rápido à ejaculação, para se certificar que cumpriu o papel de macho.

Para o homem ter vários orgasmos sem perder a ereção, existe toda uma técnica a ser desenvolvida. Nela se aprendem exercícios que possibilitam o controle da respiração e o fortalecimento do músculo da região pubiana, responsável pelas contrações rítmicas da pelve durante o orgasmo. Assim, o homem passa a ter ereções mais firmes, intensifica seus orgasmos e aprende a separar orgasmo e ejaculação.

Especialistas afirmam, inclusive, que os homens que praticam esses exercícios começam a sentir orgasmos múltiplos dentro de uma a duas semanas e a aperfeiçoar as técnicas em três a seis meses. É curioso, mas até há pouco tempo as mulheres também não sabiam que eram multiorgásticas.  E muitas só passaram a ter orgasmos múltiplos depois que descobriram ser isso possível.

Um livro que ensina os exercícios para que o homem desenvolva o controle do reflexo ejaculatório é "O Orgasmo Múltiplo do Homem", de Mantak Chia & Douglas Abrams Arava.

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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