O país da Cocanha, onde o sexo é sem regras e o prazer é absoluto
Você já imaginou um país onde há liberdade, eterna juventude, o trabalho não é necessário e a comida é abundante? Existem rios de leite e de vinho. Há campos de verduras prontas para serem consumidas, arbustos com salsichas que, apenas colhidas e devoradas, brotam em seguida. As cotovias já caem inteiramente assadas nas bocas dos felizes mortais. Um paraíso de igualdade e prosperidade para todos. O sexo é sem regras, o prazer é absoluto.
Esse é o País da Cocanha, que nasceu no imaginário do povo da Europa Ocidental por volta do século 13. Essa terra maravilhosa que atendia aos anseios profundos de muita gente foi cantada em verso e prosa durante séculos. É uma das raras utopias da Idade Média. E foi retratada pelo pintor Pieter Brueghel, em 1567.
Qual a razão desse sucesso? "O fato de a Cocanha ser uma terra imaginária, maravilhosa, uma inversão da realidade vivida, um sonho que projeta no futuro as expectativas do presente. Em outras palavras, o fato de ela ser uma utopia. A Cocanha é um mosaico mítico formado por dezenas de peças de diversas procedências. Fragmentos manipulados de forma própria conforme a época e o local de cada versão.", diz o historiador Hilário Franco Júnior.
Nos fins da Idade Média (séculos 5 ao 15) pesava na alma do povo uma tenebrosa melancolia. O historiador holandês Johan Huizinga assinala que esse período foi particularmente infeliz, como se tivesse deixado apenas memória de violências, de cobiça, de ódio mortal e não tivesse conhecido outras satisfações que não fossem as da falta de moderação, do orgulho e da crueldade.
"Quanto mais sombrio é o presente, mais forte será a aspiração por uma vida de beleza e serenidade. Uma promessa de fuga às tristezas cotidianas está ao alcance de todos; basta que demos à vida o colorido da fantasia para entrarmos no caminho que conduz ao esquecimento contido na ilusão da harmonia ideal.", diz Huizinga.
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