"Gostava de sexo com minha mulher, mas meu cérebro era feminino", diz trans
Conversei com uma economista e professora universitária americana, de 62 anos. Durante vários anos, ela viveu como homem e com a mulher e os três filhos. Após a cirurgia de redesignação sexual, passou a viver integralmente como mulher e trocou o nome para Rusty. Casou-se com outra mulher trans, que também havia feito a cirurgia. Na entrevista a seguir, ela relata como foi essa transformação.
Quando você decidiu fazer a transição?
Eu tinha os genitais de homem, mas no cérebro eu era mulher. Tomei a decisão de fazer a cirurgia porque não suportava mais me relacionar com as pessoas no papel de homem. Quando eu tinha mais de 40 anos, o velho desejo de ser mulher entrou novamente no meu cérebro. Eu estava tão cansada… Resolvi então me deixar livre para seguir meu caminho, encontrar meus verdadeiros desejos.
Você gostava de transar com mulher?
Sempre. Transei com muitas mulheres. Antes de entrar nesse processo de transição, fui completamente heterossexual, atraído por mulheres. Tive, talvez, três ou quatro experiências com homens.
Sua companheira atual também fez a cirurgia de redesignação sexual. Você se considera lésbica?
Eu sou bissexual. A minha companheira é lésbica. Ela não gosta de sexo com homens.
O que você sentiu depois da cirurgia?
Num primeiro momento, a sensação é de renascimento. Uma alegria total. Meu cérebro era de mulher, a mudança foi somente nos genitais. Eu não podia mais suportar uma vida como homem. Quando todos falavam comigo como se eu fosse homem, sentia um grande ataque à minha identidade.
Como foi sua infância e adolescência?
Muitos transexuais contam que apanhavam… Eu não vivi isso. Fui atleta, tinha muitas atividades. Eu não era muito forte, mas joguei todos os esportes na escola e me esforçava para ser muito brava, em certo sentido… usava palavrões. Me esforçava para que minha voz fosse mais grave…tentava esconder isso. Eu namorava garotas. Em certas ocasiões eu gostava de me vestir de mulher.
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