"Tenho medo de infringir leis celestiais e aprisiono meus desejos sexuais"
"Sinto-me acorrentado, represado, com medo e, de certa maneira, entristecido pela situação. Aos 38 anos, fico temeroso de infringir as leis celestiais, e, sendo assim, aprisiono meus desejos sexuais mais puros, intensos e genuínos. Meu desejo, então, diminuiu… ou melhor, quase sumiu. De um homem ativo sorridente, passei a um ser entristecido temeroso. Já culpei minha idade, algum probleminha de saúde, meu pecado perante o Divino etc. Porém, o tempo vai passando… e tenho receio que tudo possa piorar. Afinal, creio q a repressão de desejos pode ser tornar um problema psicológico sério no futuro. Pornografia, pecado mortal. Desejo externo, pecado. Sexo a três, pecado. Praia de nudismo, pecado. Poliamor, pecado. Relação aberta, pecado. Sexo livre e sem amarras, pecado. Tudo parece pecado, menos minha tristeza, covardia, abatimento e subjugação. Amo minha mulher, mas também a vida."
***
"A história do ato sexual, que se designa prosaicamente por coito ou, escolhendo entre os seus milhares de sinônimos, "carapauzada", "pôr a escrita em dia" ou ainda "mandar o bernardo às couves", é a de um movimento pendular perpétuo entre liberdade e constrangimento, amor à luz do dia e hipocrisia das sombras", diz a escritora francesa Béatrice Bantman.
Ainda há no sexo muitos tabus e preconceitos. Desde cedo, as crianças aprendem a associar sexo a algo sujo e perigoso, porque ouvem as pessoas usarem o sexo para xingar e ofender a alguém. Todo palavrão tem conotação sexual. Sem ser percebida como tal, a repressão sexual vai se instalando e condiciona o surgimento de valores e regras para inibir a sexualidade das pessoas.
Tudo isso passa a ser visto como natural, fazendo parte da vida, o que causa grandes prejuízos. "Quanta renúncia ao desejo a sociedade exige de nós em comparação com o nível de recompensa que ela proporciona?", pergunta Laura Kipinis, professora universitária americana.
Saber descobrir e sentir prazer pode ser um talento e uma arte que precisa ser cultivada. E com toda a repressão sexual da nossa cultura, não é tão simples. Certos prazeres são aceitos, alguns condenados, outros proibidos mesmo. Não é sem motivo. Impedir as pessoas de experimentar prazer é uma forma eficiente de mantê-las sob controle.
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