Amor é tratado como remédio para diversos males e acaba virando obsessão

Ilustração: Caio Borges
Nunca houve na História um período em que tanta gente considerasse o amor tão importante, nem pensasse tanto em amor, nem usasse tantas palavras para expressá-lo, como no século 20. As pessoas estão convencidas de que, se não conhecerem o amor, a vida será desperdiçada.
Elas consideram o amor como sendo condição para uma vida feliz. O valor atribuído à vida emocional foi tão alto, que se tornou moda entre os cientistas sociais considerar o amor como espécie de doença.
A mídia relata romances, casamentos, infidelidades e brigas entre os famosos. E as pessoas comuns vivem assim seus próprios sonhos amorosos. Quando, em 1955, a princesa Margaret, da Inglaterra, se curvou à imposição do dever e renunciou ao Capitão Townsend, milhões de pessoas no mundo ocidental se mostraram tristes e compadecidas.
Quando o governo checoslovaco reconheceu a supremacia do amor, em 1957, permitindo que a campeã do lançamento de disco se casasse com um americano lançador de martelo, os cidadãos de Praga transformaram o dia do casamento numa espontânea vigília da cidade inteira.
Após a industrialização, as modificações sociais são rápidas e geram insegurança. O amor é considerado o remédio para curar diversos males como descontentamento profissional, ansiedade, solidão. Não é difícil entender então o indiscutível fascínio que o amor passa a exercer.
A ideia inovadora de que para ser feliz é necessário viver com alguém escolhido pela própria pessoa, e que o sentimento deve ser recíproco, atinge todas as classes sociais. O amor torna-se assim o alicerce do casal. O casamento de conveniência, que perdurou até meados do século 20, começa a se tornar coisa do passado.
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