"Quero muito me casar. Eu me sinto mal por não ter um parceiro fixo"

Ilustração: Caio Borges
"Tenho 35 anos e quero muito me casar por temer a solidão. Tenho um bom emprego, sou independente financeiramente, mas me sinto mal por não ter um parceiro fixo. Uma amiga psicóloga me disse que meus namoros terminam em poucos meses porque os namorados percebem minha ansiedade pra casar e se assustam."
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Muita gente acredita só ser possível encontrar a realização afetiva através da relação amorosa fixa e estável com uma única pessoa. A propaganda a favor é tão poderosa que a busca da "outra metade" se torna incessante e muitas vezes desesperada.
Não é fácil deixar o hábito de formar um par. Fomos condicionados a desejá-lo, convencidos de que se trata de pré-requisito para a felicidade. Para complicar mais as coisas, há ainda os que, por equívoco ou pela própria limitação, se utilizam de argumentos psicológicos para não deixar ninguém escapar dos modelos.
Para esses, maturidade emocional implica manter uma relação amorosa estável com alguém do sexo oposto. Não faltam terapeutas para reforçar esse absurdo na cabeça de seus pacientes. E o pior é que eles acreditam e sofrem bastante, se sentindo defeituosos ou no mínimo incompetentes por não terem alguém.
Entretanto, quando se perde o medo de ser sozinho, se percebe que isso não significa necessariamente solidão. A condição essencial é o exercício da autonomia pessoal, que significa, além de alcançar nova visão do amor e do sexo, se libertar da dependência amorosa exclusiva e "salvadora" de alguém.
O caminho fica livre para um relacionamento mais profundo com os amigos, com crescimento da importância dos laços afetivos. É com o desenvolvimento individual que se processa a mudança interna necessária para a percepção das próprias singularidades e do prazer de estar só.
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