Divórcio em alta prova que a vida a dois não é nada simples
Dados do IBGE mostram que houve um aumento de 8,3% no número de divórcios. E o tempo médio de uma união diminuiu. Em 2007, os casamentos duravam, em média, 17 anos. Agora, o tempo de permanência na relação passou para 14 anos.
São várias as causas da crise do casamento: a crença equivocada de que o amor é a solução para todos os problemas; a relação íntima do amor com o casamento; o aumento da longevidade; a diminuição da religiosidade; os contraceptivos que permitiram a emancipação feminina; a liberação sexual; a aspiração ao individualismo, que caracteriza a modernidade, levando à valorização do eu sobre o nós conjugal.
A realização das potencialidades individuais passa a ter outra importância, colocando a vida conjugal em novos termos. Acredita-se cada vez menos que a união de duas pessoas deva exigir sacrifícios. Observa-se uma tendência a não se desejar mais pagar qualquer preço apenas para ter alguém ao lado. É necessário que o outro enriqueça a relação, acrescente algo novo, possibilite o crescimento individual.
"O homem atual passa por uma nova Renascença — todas as aventuras são desejáveis, continentes novos devem ser descobertos e explorados, navegações por mares estranhos são encorajados, limites devem ser transpostos… desde que para dentro de si mesmo. O novo mundo a ser descoberto é o próprio homem." , diz a psicoterapeuta Purificacion Barcia Gomes.
O casamento torna-se, então, um pesado fardo, pois dificulta a realização do projeto existencial com suas metas individuais e independentes até das relações pessoais mais íntimas. Surgem conflitos na tentativa de harmonizar a aspiração de individuação com uma vida a dois, mas homens e mulheres estão cada vez menos dispostos a sacrificar seus projetos pessoais. E isso não tem nada a ver com egoísmo.
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