"Tenho namorado, mas conheci outro homem que deu um nó na minha cabeça"

Ilustração: Caio Borges
"Há quase um ano namoro um homem que me ama e faz tudo por mim. Ele seria a pessoa ideal para casar e ter filhos. Só que não consigo me sentir muito encantada por ele. De repente, conheci outro homem, e isso deu um nó na minha vida. Não sei o que ele tem, só de me olhar tremo inteira. Só penso nele. O problema é que não sinto mais vontade de fazer sexo com meu namorado e tenho evitado encontrá-lo."
***
O sexólogo americano John Money denomina mapa amoroso um dos mecanismos pelo qual as pessoas são atraídas por alguém em particular. Antes de qualquer escolha amorosa, já teríamos desenvolvido um mapa mental, um modelo cheio de circuitos cerebrais que determinam o que desperta a nossa sexualidade, o que nos leva a nos apaixonar por uma pessoa e não por outra.
Ele acredita que as crianças desenvolvem esses mapas amorosos entre os cinco e oito anos de idade (às vezes, antes). A relação com a família, professores, amigos, vizinhos, contribuem para isso, à medida que todas as experiências vividas vão nos afetando de diversas maneiras.
Pouco a pouco essas memórias (impressões) começam a formar um padrão em nossa mente, um modelo subliminar do que nos agrada e do que nos desagrada numa pessoa. Quando crescemos, esses mapas influenciam nossas escolhas amorosas porque já temos prontos alguns elementos básicos do que desejamos num parceiro.
Quando conhecemos uma pessoa, a voz dela, seu jeito de falar, suas amizades, seu senso de humor, seus interesses, suas aspirações. São milhares de coisas óbvias, e também minúsculos elementos que não percebemos atuando em conjunto para tornar essa pessoa mais atraente que outra.
Por que então deparamos com tanta gente insatisfeita com o parceiro, se queixando do seu jeito de ser? A resposta está na ansiedade de se encontrar o par amoroso ideal, impedindo que se vivam os encontros com tranquilidade. Sem perceber adequadamente o outro, se projeta nele o mapa amoroso pessoal, tentando encaixá-lo nesse modelo.
Longe de se relacionar com a pessoa real, muitos acreditam estar perdidamente apaixonados, isso sem falar no esforço que fazem para se convencer de que encontraram sua "alma gêmea". Quantas frustrações seriam evitadas se fosse possível iniciar uma relação amorosa somente com quem realmente nos causa interesse?
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