Quando as mulheres reagem à violência
Na segunda maior cidade do Sudão, Omdurman, Noura Hussein, de 19 anos, foi condenada à morte por enforcamento. Seu sonho era terminar os estudos e ser professora, mas foi forçada a se casar com 16 anos. Após fugir e depois ser devolvida ao marido, a jovem conta que ele recrutou alguns dos seus primos para segurá-la enquanto a estuprava. No dia seguinte, quando o marido teria tentado fazer o mesmo, ela se defendeu com uma faca e o esfaqueou, causando sua morte.
A Anistia Internacional disse que a condenação de uma mulher à morte por "matar seu marido estuprador em legítima defesa" destaca o "fracasso das autoridades em combater o casamento infantil, casamento forçado e estupro marital. Noura Hussein é uma vítima e a sentença contra ela é um ato intolerável de crueldade", disse o representante da Anistia Internacional Seif Magango.
Nos últimos cinco mil anos, assistimos sob diversas formas e em vários lugares à hierarquização entre homem e mulher ser levada ao extremo.
- Veja também:
- Novo visual de Gleice é comparado ao de Clara em "Outro Lado do Paraíso"
- Pode apostar: trabalho é mais importante que o amor
- Gabriela Duarte dá prioridade a filhos e diz que não aprova ator subindo em palanque
A origem da má natureza feminina seria uma sensualidade desenfreada, impossível de ser satisfeita por um só homem. A mulher era associada a serpente e satã. Ela aparece com frequência nos sermões da Idade Média: "A mulher é má, lúbrica tanto quanto a víbora, escorregadia tanto quanto a enguia e, além do mais, curiosa, indiscreta, impertinente".
A filósofa francesa Elisabeth Badinter diz que inicialmente os homens apossaram-se de todos os poderes das mulheres, mas com isso perderam a serenidade e sua amizade. A confiança cedeu lugar à desconfiança. Quanto mais os homens têm medo das mulheres, mais tentam submetê-las e mais temem que elas se vinguem. Círculo vicioso do qual talvez só se conseguirá sair pondo fim ao sistema patriarcal.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.