Ninfomania: o mito do desejo insaciável
A repressão sexual, ao longo da História, alimentou uma fantasia resistente e de aparência confiável, se é possível dizer isso de um mito: a ninfomania. Ele nasceu de um outro mito, também solidificado longamente, de que mulheres não tinham prazer sexual. Tais "verdades" faziam supor que, se as mulheres não tinham desejo, qualquer uma que tivesse algum era doente: uma ninfomaníaca.
O que se comprovou é que, antes de tudo, a mulher insaciável é uma fantasia masculina. Muitas mulheres sofreram em função desse mito. No século 19, médicos retiravam os ovários de algumas mulheres para controlar sua sexualidade, e em alguns casos, removiam o clitóris. Outras foram colocadas em instituições para doentes mentais com o diagnóstico de ninfomaníacas. Psiquiatras e psicólogos do século 20 recomendavam tratamento clínico, choque elétrico, sedativos, tranquilizantes e até internações.
A americana Carol Groneman, em seu livro sobre o tema, diz que as mulheres precisam entender as várias formas como a ninfomania e outros conceitos têm sido usados para rotular e controlar a sexualidade feminina. São conceitos perigosos, que precisam ser desafiados e alterados. Podemos então refletir sobre uma afirmação do pesquisador da sexualidade Alfred Kinsey: "Ninfomaníaca é alguém que gosta sexo, mais do que você."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.