Por que os casamentos duram cada vez menos?
É cada vez menor o tempo de duração de um casamento satisfatório. Alega-se que hoje ninguém tem paciência, que por vivermos numa sociedade de consumo, onde tudo é descartável, o cônjuge também deve ser sempre substituído. Mas a questão não é essa. As dúvidas em relação a manter ou não um casamento começaram a surgir depois que o cônjuge passou a ser escolhido por amor e não mais por interesses familiares.
A separação inicia seu processo lentamente, na maior parte das vezes de forma inconsciente. A relação vai se desgastando e a vida cotidiana do casal deixa de proporcionar prazer. Aos poucos, o desencanto se instala.
No Ocidente, há algumas décadas, o número de divórcios não para de crescer. Como desapareceram a maioria dos imperativos — sociais, econômicos e religiosos — que pesavam a favor da duração do casamento, pode ser que dentro de algum tempo mais pessoas optem por outros tipos de relacionamento nada convencionais.
A filósofa francesa Elisabeth Badinter não tem dúvida de que nossos objetivos mudaram e que não desejamos mais pagar qualquer preço apenas para que o outro esteja presente ao nosso lado. A procura da autonomia não significa necessariamente a incapacidade de estabelecer uma relação a dois, mas a recusa de pagar qualquer preço por ela.
O aprisionamento numa relação estática tornou-se insuportável. "A sede de novas experiências, do desconhecido, do novo, é maior do que nunca. Assim, unir dois exilados para formar uma família segura e autossuficiente deixou de ser satisfatório. A tentação moderna é por uma criatividade mais ampla. O fascínio pelo novo é tal e qual o jogo, um passo para a criatividade.", afirma o historiador inglês Theodore Zeldin.
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