"Deixa ela trabalhar" é nova chance para questionar mito da masculinidade
Jornalistas esportivas se uniram para combater as situações de machismo no esporte. O movimento se intitula "Deixa ela trabalhar". Além das dificuldades enfrentadas no ambiente de trabalho, elas têm que suportar torcedores agressivos e frequentes assédios. O grupo de jornalistas postou um vídeo nas redes sociais, e o Maracanã exibiu a mensagem no telão antes do jogo do último domingo. As mulheres se calaram por muito tempo. Mas agora chega! Elas não vão mais suportar abusos, humilhações, desrespeito.
Desde que o sistema patriarcal se instalou, há mais ou menos 5 mil anos, a humanidade foi dividida em duas partes: homens e mulheres. O homem, então, definiu-se como um ser privilegiado, superior, possuindo alguma coisa a mais, que as mulheres ignoram. Ele acredita ser mais forte, mais inteligente, mais corajoso, mais decidido, mais responsável, mais criativo, mais racional.
Durante muito tempo a visão que se teve da mulher, e na qual ela também acreditou, era assim: frágil, desamparada, necessitando desesperadamente encontrar um homem que lhe desse amor e proteção e, mais do que tudo, um significado à sua vida.
Toda a superioridade atribuída ao homem serviu para justificar durante milênios a dominação da mulher. Há quase 50 anos as mulheres passaram a questionar e exigir o fim da distinção dos papéis masculinos e femininos, ocupando os espaços sempre reservados aos homens.
A certeza do homem superior à mulher foi abalada. Diante dessa nova mulher desconhecida, muitos homens passaram a questionar a identidade masculina, desejosos de se libertar dos papéis tradicionais que a eles sempre foram atribuídos. Nos Estados Unidos existem mais de duzentos grupos que se reúnem para discutir o masculino e sua desconstrução.
Acredito que o jeito é homens e mulheres se unirem e, examinando o mito da masculinidade, pensar em sua própria saída do patriarcado, repudiando essa masculinidade como natural e desejável. Nem todos aceitam o roteiro do macho e cada vez mais homens, em todo o mundo, tomam consciência da desvantagem desse papel e empreendem a desconstrução e a reconstrução da masculinidade.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.