"Ele não aceitou o fim da relação e agora me persegue" O que você faria?
Ilustração: Caio Borges
"Sou uma mulher independente, consegui me estabelecer com minha formação em engenharia e nunca tive medo dos relacionamentos. Mas aos 30 anos fui obrigada a mudar de ideia. Foi depois que terminei com meu último namorado. Ele não aceitou o fim da relação e passou a me ligar nas horas mais impróprias: de madrugada ou muito cedo. A loucura dele foi piorando. Deixa bilhetes embaixo da porta do meu apartamento, fica vigiando o prédio em que trabalho, envia centenas de mensagens por dia… Não sei o mais o que fazer…tenho medo de andar sozinha na rua e dar de cara com ele. Pensei em chamar a polícia, mas um amigo disse que pode ser pior. Estou sem saber o que fazer…"
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Este é um caso de stalking. Originário do verbo inglês "to stalk", cujo significado literal é "atacar à espreita", como se faz com a caça. O ex namorado da internauta é um stalker. E estima-se que 20% da população, em algum momento da vida, já tenha sido molestada por um stalker. Stalking é um comportamento assustador, que desde 1990 é considerado crime nos Estados Unidos.
As vítimas sofrem muito. Um terço delas necessita tratamento psicológico. Para o psicólogo americano David Buss, o stalking aprisiona a vítima tanto física quanto psicologicamente. As vítimas relatam restringir suas atividades, tornarem-se temerosas de se aventurar fora do território familiar e sentirem-se amedrontadas em locais muito frequentados. Sentem-se ansiosas ao atender a porta, abrir a correspondência ou atender ao telefone.
J. Reid Meloy, psicólogo americano especializado em medicina legal, concluiu que o stalking poderia ser definido como "um comportamento anômalo e extravagante, causado por vários distúrbios psicológicos (narcisismo patológico, pensamentos obsessivos etc), nutridos por mecanismos inconscientes como raiva, agressividade, solidão e inaptidão social, podendo ser classificado como patologia do apego".
As causas desse desejo de perseguir ainda não são muito claras, mas existem estudos apontando para a incapacidade de lidar com as perdas da infância e da idade adulta. O que se sabe é que, diante de uma recusa da parte contrária, ou movido pelo desejo de proximidade, um stalker desenvolve uma habilidade incomparável para "elaborar estratégias repetidas e indesejáveis só para manter contato: suas ações são tão exageradas (telefonemas e mensagens numerosas e incansáveis, por exemplo) que fazem com que a vítima sinta medo e angústia", diz Meloy.
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