Na nossa cultura, há uma expectativa de que todos sintam vergonha do sexo
Ilustração: Caio Borges
"A história do ato sexual, que se designa prosaicamente por coito ou, escolhendo entre os seus milhares de sinônimos, "carapauzada", "pôr a escrita em dia" ou ainda "mandar o bernardo às couves", é a de um movimento pendular perpétuo entre liberdade e constrangimento, amor à luz do dia e hipocrisia das sombras.", diz a escritora francesa Béatrice Bantman.
Durante muito tempo o prazer sexual não foi admitido. Repressões, inibições e frustrações imperavam. Aos poucos, no final do século XIX, esse quadro começa a dar sinais de mudança. Diminuem a vergonha do próprio corpo e a sexualidade culpada, que favorecem a infelicidade de mulheres e homens. Por volta dos anos 1920, as pessoas começam a se tocar, a se acariciar, a se beijar na boca.
Há culturas em que o prazer sexual é valorizado e existem formas de iniciação para que se alcance o máximo de satisfação. Tantrismo, kama sutra e o Taoísmo, no Oriente, são correntes que incentivam a prática sexual, acreditando que quanto mais e melhor é vivenciado o prazer mais o ser humano tornará feliz a sua existência.
Não há conotação de pecado no sexo. Através do desenvolvimento do prazer sexual, alcança-se uma maior integração com a natureza universal. Na nossa cultura, ao contrário, há uma expectativa de que todos se sintam culpados e envergonhados por causa dos seus órgãos sexuais e suas funções.
Fica então a pergunta da professora americana Laura Kipnis: "Quanta renuncia ao desejo a sociedade exige de nós em comparação com o nível de recompensa que ela proporciona?"
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