Basta! Não é mais possível suportar a violência contra a mulher
Crédito: Fernando Louza/Divulgação
Todos devem se lembrar do rosto de Luiza Brunet desfigurado após ter sido espancada, em maio do ano passado, pelo empresário Lírio Parisotto, seu companheiro na época. Agora, ele foi condenado pela Justiça de São Paulo pelo crime de lesão corporal. Um homem com o poder da riqueza está sendo punido porque atacou uma mulher. Ela demonstrou determinação, e ele saiu perdendo. Luiza deve servir de exemplo para as milhares de mulheres que são agredidas por seus maridos ou namorados.
Basta! Não é mais possível suportar a violência contra a mulher! No Brasil, cinco mulheres são espancadas a cada dois minutos! O pior é que quase todos os homens que agridem suas mulheres acreditam ter esse direito. E existe muita gente aceitando isso com naturalidade.
A história da mulher é uma constante luta contra a opressão. Há cinco mil anos, as mulheres sofrem todo tipo de constrangimento. São humilhadas, menosprezadas, violentadas, escravizadas. Durante muito tempo, o marido teve o direito e o dever de punir a esposa e de espancá-la para impedir "mau comportamento" ou para mostrar-lhe que era superior a ela. Até o tamanho do bastão usado para surrá-la tinha uma medida estabelecida. Se não fossem quebrados ossos, estava tudo certo.
A psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen, que escreveu um livro sobre o tema, acredita que quando o homem bate na sua mulher a intenção não é deixá-la com um olho roxo, e sim de mostrar-lhe que é ele quem manda e que ela tem mais é que ser submissa. O ganho visado pela violência é a dominação. Antes do primeiro tapa as mulheres devem cortar o mal pela raiz, reagindo à violência. Para isso é essencial que elas aprendam a perceber os primeiros sinais de violência para encontrar em si mesmas a força para sair de uma situação abusiva.
Ainda bem que as mentalidades estão mudando. Muitos homens já compreenderam que a virilidade tradicional é bastante arriscada e cada vez mais aceitam que atitudes e comportamentos sempre rotulados como femininos são necessários para o desenvolvimento de seres humanos.
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