Ela traiu o marido. Ele perdoou, mas passou a vigiá-la
"Sou casada há cinco anos. Ano passado, após uma sequência de brigas com meu marido, eu o traí. Depois disso, excluí meu Facebook a pedido dele, tirei amigos e amigos da lista de contatos, mudei bastante de comportamento. Desde então, não tive outros deslizes e estamos felizes. Porém, fico muito incomodada com a insegurança dele. Quando "dou sopa", ele mexe no meu celular e sempre briga quando converso com algum amigo homem… Estou cansada de ter que ficar me vigiando. Não faço nada de errado, mas ele sempre me condena pelo que já fiz. Como lidar com um relacionamento abusivo no qual você foi infiel?"
***
É difícil entender porque uma pessoa se comporta como dona de outra. Não é raro encontrarmos casamentos em que essa situação se arrasta há anos. Por que será que alguém aceita ser propriedade de outra? Uma explicação possível se encontra no fato de aprendermos desde cedo a ser ciumentos nas relações amorosas. A criança tem ciúme da mãe porque se a mãe desaparecer, ela morre. É uma questão de sobrevivência.
Na vida adulta, ao entrar em uma relação amorosa, a dependência infantil reaparece com bastante força. No parceiro é depositada a certeza de ser cuidado e de não ficar só. A distância faz sentir o desamparo, da mesma forma que se sentia quando a mãe se ausentava. A dependência emocional que se estabelece torna comum depositar no outro a garantia de não ficar só. O medo da solidão e do desamparo leva à exigência de que o parceiro não tenha olhos para mais ninguém.
A ideia de que é possível encontrar alguém que nos complete é pura ilusão. Na realidade, ninguém completa ninguém. Mas, ignorando isso, reeditamos inconscientemente com o parceiro nossas necessidades infantis. O outro se torna tão indispensável para nossa sobrevivência emocional, que a possessividade e o cerceamento da liberdade sobrecarregam a relação.
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