Presidente mais jovem da história da França é casado com mulher 24 anos mais velha. E qual o problema?
Ilustração: Caio Borges
Muito se comenta a respeito da diferença de idade entre o presidente eleito da França Emmanuel Macron, 39 anos, e sua mulher Brigitte Trogneux, 64. A história é interessante e contribui para quebrar um preconceito antigo: homem pode ter 20, 30, 40 anos mais que a mulher, agora, se a mulher tem 20 anos mais que o homem há deboche, piadas, desqualificando o casal.
Dizem à mulher que o marido logo perderá o interesse, ela se tornará objeto sem valor e será abandonada. A maioria nem ousa arriscar e passivamente, se submete ao modelo imposto. Quando se busca uma explicação do porquê de apenas para o homem ser aceita a diferença de idade, não há resposta.
A crítica à mulher mais velha na relação amorosa é regida por normas instituídas há cinco mil anos. No sistema patriarcal, a mulher era considerada mercadoria – comprada e vendida. Sua função era dar ao marido o maior número possível de filhos, para que estes o ajudassem no trabalho.
Como o período de procriação é limitado, só as muito jovens podiam ter tantos filhos. Então passou-se a enxergar como verdade absoluta a necessidade de o homem ter mais idade. Agora, com os contraceptivos, o homem já não controla a fecundidade da mulher, que cada vez mais alcança autonomia financeira. Ainda que pertençam ao passado distante, alguns comportamentos se tornam inquestionáveis.
Pensar e viver de forma diferente daquela a que se está acostumado causa ansiedade e medo. O novo assusta. Contudo, é necessário discutir valores que gerem sofrimento. A diferença de idade no amor é apenas um exemplo dos inúmeros preconceitos arraigados às pessoas, limitando inteiramente suas vidas.
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