Desencanto amoroso
Comentando a Pergunta da Semana
A maioria das pessoas que respondeu à enquete da semana acredita que há mágoa e ressentimento em muitas relações amorosas. Um bom exemplo é o caso de Joana.
Ela se considera uma pessoa sozinha e infeliz. Apesar de não lhe faltar nada material, o casamento é fonte de sua mágoa constante. Vivendo há 22 anos com Luís, diretor de uma grande empresa, Joana só houve a voz do marido num tom de censura ou crítica. Vivem como dois estranhos, que mal se falam.
"Casamos apaixonados. Sonhei com uma vida em que seríamos companheiros, inseparáveis. Para dizer a verdade, eu acreditava que seria sempre a pessoa mais importante da vida dele e que envelheceríamos juntos com muito amor e carinho um pelo outro. Por isso não me importei de viver em função de seus projetos e me anular profissionalmente. Mas daquela relação gostosa do início nada sobrou. Nunca pensei que ele chegaria a sentir esse total desinteresse por mim, inclusive sexual. Acho que meus sonhos me pregaram essa peça."
A fantasia do par amoroso, onde um é a única fonte de gratificação do outro, atenua por um tempo o temor do desamparo. Entretanto, na intimidade do casamento, enxerga-se a pessoa do jeito que ela é, percebendo assim aspectos que lhe desagradam.
Não é possível continuar mantendo a idealização; você se dá conta então de que o outro não é a personificação de suas fantasias. Mas para que essa situação seja mantida, são feitas inúmeras concessões.
Há um acúmulo de frustrações que torna a relação sufocante. A consequência natural é o desencanto, muitas vezes com ressentimento, mágoa e a sensação de que foi enganado.
Não são poucas as mulheres, que falam da decepção e do contraste entre o que sonharam e o cotidiano da vida real.
De Branca de Neve, Cinderela e A Bela Adormecida não sabemos do dia a dia com o príncipe, mas quem sabe o desencanto, depois de algum tempo de convivência íntima, seja bem semelhante ao de Joana? Por outro lado, nada é dito sobre possíveis decepções vividas pelo príncipe.
O que sabemos é que, por medo e insegurança, muitos homens e mulheres se fecham na relação com o outro mesmo à custa do empobrecimento da própria vida.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.