Em busca de um casamento satisfatório
Comentando a Pergunta da Semana
As opiniões se dividiram entre os que responderam à enquete da semana, a respeito do casamento como melhor caminho para a vida a dois.
Não é de hoje que se fala em crise do casamento. Há quem diga que, por ser um tipo de vínculo tão cheio de regras e normas, limita a vida das pessoas, tendo, assim, os dias contados. Outros discordam, alegando ser o único lugar onde é possível a realização afetiva e que, por isso, ele vai continuar existindo sempre. Na verdade, é difícil afirmar o que vai acontecer num futuro próximo, mas pelo que se observa, parece que nos últimos 40 anos o casamento se tornou indissociável mesmo da crise.
Por volta da década de 1950, o amor e o casamento caminham juntos, já que a sexualidade continua vinculada à procriação. Por conta de todos os preconceitos, as mães solteiras são repudiadas e a reputação das moças se apoia em sua capacidade de resistir aos avanços sexuais dos rapazes. Casar, para elas, é a principal meta a ser alcançada na vida.
Entretanto, uma radical modificação dos costumes se inicia na década de 1960, com o advento da pílula anticoncepcional. A mulher reivindica o direito de fazer do seu corpo o que bem quiser e assim a sexualidade se dissocia pela primeira vez da procriação, ou seja, já não é mais necessário casar para manter relações sexuais regulares.
Hoje, observamos o aumento do número de solteiros em todo o mundo ocidental, e uma pesquisa revelou que cerca de 80% dos entrevistados se declararam decepcionados com o casamento. Qual o motivo dessa crise? Por que a vida a dois não corresponde às expectativas que nela são depositadas?
Várias causas podem ser apontadas: a crença equivocada de que o amor é a solução para todos os problemas; a relação íntima de amor com o casamento; o aumento da longevidade; a diminuição da religiosidade; a emancipação feminina; a liberação sexual e, principalmente, a aspiração ao individualismo, que caracteriza a modernidade, levando à valorização do 'eu' sobre o 'nós' conjugal.
A vida conjugal passa a ser vista por outro prisma. Agora não se acredita mais que a união de duas pessoas deva exigir sacrifícios e cada vez menos se deseja pagar qualquer preço apenas para ter alguém ao lado. As potencialidades de cada um adquirem grande importância, e se espera que cada parceiro contribua para o crescimento do outro. Nunca homens e mulheres se aventuraram com tanta coragem em busca de novas descobertas, só que, desta vez, para dentro de si mesmos.
Contudo, acredito que um casamento pode ser ótimo. Mas para isso as pessoas precisam reformular as expectativas que alimentam a respeito da vida a dois, como, por exemplo: a ideia de que os dois vão se transformar num só; a crença de que um terá todas as suas necessidades atendidas pelo outro; não poder ter nenhum interesse em que o amado não faça parte; o controle de qualquer aspecto da vida do outro.
É fundamental que haja respeito total ao parceiro (a), ao seu jeito de pensar e de ser, às suas escolhas; liberdade de ir e vir, ter amigos em separado e programas independentes. Caso contrário, com o tempo, a maioria das relações se tornarão sufocantes.
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