A sexualidade do "machão"
Comentando o "Se eu fosse você"
A questão da semana é o caso do homem que sofre por se sentir obrigado a corresponder à expectativa sexual das mulheres que o desejam. Pelo visto ele paga o preço por ter sempre que provar que é "macho", ou seja, não poder recusar mulher alguma em nenhuma circunstância.
Apesar de a maioria dos homens ainda perseguir o ideal masculino da nossa cultura — força, ousadia, sucesso, poder, nunca falhar —, eles estão começando a se sentir exaustos. A partir de um estudo que durou nove anos, o americano Anthony Astrachan publicou o livro "Como os homens se sentem", onde explica como essa busca leva à perda da autonomia.
Poucos homens conseguem experimentar a intimidade emocional com a mulher, em vez de somente a sexual. Não é de se estranhar, então, o resultado de um importante estudo sobre sexualidade realizado nos Estados Unidos, que mostrou que quase a metade de homens e mulheres americanos sofrem de disfunção sexual.
Muitas mulheres, por conta de tanta repressão, ainda têm dificuldades no sexo, mas não resta dúvida de que os estereótipos tradicionais de masculinidade inibiram a capacidade de prazer sexual do homem. Demonstrar ternura, se entregar relaxado à troca de prazer com a parceira é difícil. Perder o controle ou falhar é uma ameaça constante, tornando o sexo uma experiência ansiosa e limitada.
Na lenda de Don Juan e nas Memórias de Casanova isso fica claro. A motivação primeira não é a troca de afeto e prazer com as mulheres, e sim, o poder e o controle sobre elas, sendo as conquistas admiradas e invejadas por outros homens.
Contudo, em várias partes do mundo os homens já demonstram insatisfação em ter que corresponder ao que deles se espera, e discutem cada vez mais a desconstrução do masculino, fazendo a mesma pergunta feita por John Lennon: "Não está na hora de destruirmos a ética do macho?… A que nos levaram todos esses milhares de anos?"
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