Amor: o sofrimento da rejeição
Comentando o "Se eu fosse você"
A questão da semana é o caso da mulher que foi abandonada pelo marido e está desesperada. Quem vive uma situação de abandono diz se sentir completamente só com seu desespero. Afirma não haver palavras que amenizem a dor, porque o desespero da perda faz com que a pessoa se feche em si mesmo e é difícil alguém poder lhe ajudar.
É comum, ao encontrar um parceiro, transformá-lo na única fonte de interesse. Da mesma forma como a criança pequena se desespera com a ausência da mãe, o adulto, ao perder o objeto de amor, é invadido por uma sensação de falta e de solidão.
Quando o parceiro prefere outra pessoa para viver ao seu lado, quem é excluído se sente profundamente desvalorizado, com a autoestima bastante comprometida. Acredita que falhou em alguma coisa e que sua falta de atrativos foi a grande responsável. Imagina que a pessoa escolhida é muito mais interessante, mais bonita, mais inteligente e melhor na cama.
Não são poucas as mulheres que investem todas as suas energias no relacionamento amoroso, e veem nele o único sentido da vida. Há casos em que a mulher reage com raiva e sede de vingança contra o homem que a abandonou. Em outros casos, volta a agressão para si própria e cai numa profunda depressão.
Antropólogos recolheram evidências desta dor. Uma chinesa abandonada confidenciou: "Não posso suportar viver. Todos os meus interesses na vida desapareceram."; "Fiquei solitária, realmente triste, e chorei. Parei de comer e não dormia bem; não conseguia me concentrar no trabalho" lamentou uma polinésia rejeitada.
Perto do rio Sepik, na Nova Guiné, um homem rejeitado compôs canções trágicas de amor que eles chamam de "namai", canções sobre casamentos que "podiam ter sido". E, na Índia, homens e mulheres magoados formaram um clube, a Sociedade para o Estudo dos Corações Partidos. A cada ano, no terceiro dia de maio, eles comemoram o Dia Nacional dos Corações Partidos, contando histórias e se consolando mutuamente.
É comum numa situação de rejeição serem reeditadas inconscientemente as rejeições sofridas desde a infância, exacerbando a dor do momento. Sem que se perceba, se chora naquela perda todas as outras anteriores.
Entretanto, se a pessoa não depende tanto de apreciações externas para alimentar sua autoestima, pode ficar triste, sofrer pela perda, mas sabe que vai continuar vivendo e descobrir novas alegrias.
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