A dor do abandono
Comentando o "Se eu fosse você"
A questão da semana é o caso da mulher que foi abandonada pelo marido, igual ao de muitas pessoas que, ao encontrar um parceiro, o transformam em única fonte de interesse. O problema é que no Ocidente somos incentivados, desde muito cedo, a acreditar que só é possível ser feliz se tivermos alguém ao nosso lado.
Quem vive uma situação de abandono diz se sentir completamente só com seu desespero. Afirma não haver palavras que amenizem a dor, porque o desespero da perda faz com que a pessoa se feche em si mesmo e é difícil que alguém possa lhe ajudar. Todo discurso racional, de conforto e de consolo, é ineficaz.
Da mesma forma como a criança pequena se desespera com a ausência da mãe, o adulto, ao perder o objeto de amor, é invadido por uma sensação de falta e de solidão. Além disso, quando fracassa um projeto amoroso, a pessoa perde o referencial na vida e sua autoestima fica abalada.
Entretanto, se as crianças fossem ensinadas a enxergar as coisas como elas são, quando ficassem adultas saberiam que, na maior parte das vezes, as relações amorosas duram um tempo, sem significar fracasso de alguma das partes.
Mas isso só será possível quando mais gente tomar consciência dos prejuízos causados pelos ideais do amor romântico, que propõem os dois se transformarem num só.
Uma pessoa que investe todas as suas energias no relacionamento amoroso, e vê nele o único sentido da sua vida, talvez reaja com raiva e sede de vingança contra quem a abandonou. Em outros casos, volta a agressão para si própria e cai numa profunda depressão.
De qualquer forma, é fundamental que homens e mulheres reflitam sobre como se vive o amor na nossa cultura, principalmente no que diz respeito à dependência emocional e à possessividade, se quiserem ter uma vida mais satisfatória.
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