Longe do corpo, perto do coração?
Comentando a Pergunta da Semana
A maioria das pessoas que respondeu à enquete da semana acredita que um namoro resista a distância. Só não sabemos se isso é teoria ou se já foi experimentado mesmo, com todas as inseguranças que a distância pode provocar. Para alguém viver bem uma relação amorosa a distância, sem dúvida, vai depender da visão e da expectativa que se tem de uma relação amorosa.
Se namorar significa ter a outra pessoa sempre ao lado, só sair com ela, saber a qualquer momento o que ela está fazendo, enfim, ter um controle total da sua vida, é pouco provável que resista. As frustrações serão muitas e na maior parte das vezes impossíveis de suportar.
A questão é que um namoro a distância não é compatível com os ideais do amor romântico, que todos aprendem a desejar. Esse tipo de amor prega, entre outras coisas, que a pessoa amada é a única fonte de interesse e que nada na vida tem graça se ela não estiver presente.
Além disso, surge grande insegurança. Ser trocado por quem estiver por perto é uma ameaça constante. Depois de passar pela infância e adolescência, supõe-se que se atinge a idade adulta com um grau de independência elevado. É comum as pessoas imaginarem que estão superadas todas as dependências que tinham da mãe, quando crianças. Entretanto, não é isso o que ocorre.
Ao entrar em uma relação amorosa, a dependência infantil reaparece com bastante força. No par amoroso é depositada a certeza de ser cuidado e de não ficar só. A distância faz sentir o desamparo, da mesma forma que se sentia quando a mãe se ausentava. Muitos acreditam até que o parceiro deve estar sempre pronto para suprir todas as necessidades do outro, adivinhando pensamentos e desejos.
Um namoro a distância pode ser ótimo, se as pessoas envolvidas tiverem expectativas bem diferentes. Em primeiro lugar, não pode haver controle, ciúme, possessividade, ou dependência de qualquer tipo. Os dois só mantêm a relação porque se amam e sentem muito prazer quando estão juntos. O que se privilegia é o momento do encontro, que pode ser intenso e profundo.
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