"Não aguento mais essa vida de transar por transar"
Ilustração: Caio Borges
"Tenho 42 anos e estou separado há sete. Nos últimos anos tenho tido várias companheiras por uma única noite. Mas não aguento mais essa vida de transar por transar. Quando, depois de uma festa, acordo e vejo uma mulher dormindo na minha cama, me sinto péssimo. Olho no espelho e me vejo cheio de rugas".
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Provavelmente a sensação de vazio e de envelhecimento que o internauta sente no dia seguinte é resultado de uma noite em que seu comportamento sexual foi mecânico e estereotipado. Talvez o mesmo não tivesse acontecido se, no encontro com uma mulher por quem se sentisse realmente atraído, ele buscasse uma troca verdadeira de prazer.
A questão é que na intimidade da vida de cada um, o sexo continua sendo para a maioria um problema complicado, difícil, cheio de dúvidas e autojulgamentos negativos. A liberdade sexual de hoje é mais falada do que realizada, ainda existindo em quase todos uma carência fundamental de sexo, tanto em quantidade como em qualidade.
Não é sem motivo que Wilhelm Reich, na primeira metade do século 20, falava na miséria sexual das pessoas. Mas poucos se dão conta disso; as dificuldades sexuais são tantas que quando ocorre uma descarga sexual acham que foi tudo bem. E nesse caso a frase de Jung, "O pior inimigo do ótimo é o bom", cai como uma luva.
Exercer mal o sexo é não se entregar às sensações e fazer tudo sempre igual, sem levar em conta o momento, a pessoa com quem se está e o que se sente. É fundamental não ter preconceito nem vergonha, considerar o sexo natural, fazendo parte da vida.
A busca do prazer pode então ser livre e não estar condicionada a qualquer tipo de afirmação pessoal. O sexo pode ser ótimo quando se cria o tempo todo junto com o parceiro e o único objetivo é a descoberta de si e do outro. Assim, ele deixa de ser a busca de um prazer individual para se tornar um poderoso meio de transformar as pessoas.
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