No relacionamento, intimidade não significa o fim da privacidade
Ilustração: Caio Borges
Uma questão importante, mas pouco discutida, é a privacidade. Em termos genéricos, a privacidade está em percebermos que conviver, dividir grande parte de nossa vida, não exclui a evidência de que jamais poderemos dividir tudo com quem quer que seja. Certos fatos ou lembranças só têm valor para nós. O que não podemos viver com o outro, temos de viver dentro da nossa privacidade.
O fato de convivermos não transforma os dois num só. Somos pessoas distintas e temos necessidades que o outro não poderá satisfazer. Em outros momentos a necessidade de privacidade é justamente por saber que o outro não deseja algo que para mim é muito importante. As opções são: deixar minhas necessidades de lado, renunciar a meu prazer, com todas as consequências disso, ou viver em minha intimidade algo que só diz respeito a mim.
Para o psicoterapeuta Paulo Lemos logo no início do relacionamento há pouca privacidade, ou seja, estamos nos "abrindo" ao contato com outro para que ele também nos conheça e faça o mesmo que estamos fazendo. À medida que aumenta a intimidade diminui a privacidade. Aliás, esse processo é muito importante e necessário para o futuro da relação.
É nesse começo de convivência que vamos delineando o tipo da relação que construiremos. Torna-se importante, mesmo nesse início, mostrarmos ao outro o que significa e qual a importância que damos à nossa privacidade e também começarmos a prestar atenção aos limites que o outro sinaliza para a privacidade dele.
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