Quando há amor, mas não se suporta a exclusividade
A questão da semana é o caso do internauta que gosta muito do namorado e é feliz com ele. O relacionamento é aberto, mas na prática não funciona, porque o namorado fica mal quando sabe que ele transou com alguém. Ele diz já não aguentar mais suas próprias mentiras e puladas de cerca, mas não suporta a ideia de monogamia.
O amor é uma construção social; em cada época se apresenta de uma forma. Nós, do Ocidente, somos regidos pelo amor romântico.
Esse tipo de amor surgiu no século 12, mas ninguém podia se casar por amor. As famílias é que decidiam com quem os filhos se casariam. Entravam aí interesses econômicos e políticos.
No século 19, o amor passou a ser uma possibilidade no casamento, mas só entrou mesmo, pra valer, a partir de 1940, incentivado pelos filmes de Hollywood.
O amor romântico não é apenas uma forma de amor, mas todo um conjunto psicológico — ideais, crenças, atitudes e expectativas. Essas ideias coexistem no inconsciente das pessoas e dominam seus comportamentos, determinando como devem sentir e reagir.
A questão é que muitas das crenças são equivocadas e geram sofrimento, principalmente aquelas que pregam que quem ama não tem olhos pra mais ninguém; o amado, assim, deve ser a única fonte de interesse.
Aí, é que tudo se complica. Numa relação estável, geralmente, as cobranças de exclusividade são constantes e as pessoas aceitam isso naturalmente.
A vigilância é grande sobre os parceiros. O medo de deixar de ser amado leva à exigência de que o parceiro não se aproxime de outra pessoa.
Na maioria dos casamentos, homens e mulheres vivem dentro de regras e normas estabelecidas para controlar a liberdade de cada um.
Há até quem aceite ser controlado desde que isso seja um bom motivo para controlar o outro. E não importa se a relação é hétero ou homossexual.
Mas assistimos a grandes transformações no mundo; a vida a dois numa relação estável – namoro ou casamento – ficou difícil de suportar diante dos apelos da sociedade atual.
E, no que diz respeito ao amor, o dilema atual se situa entre o desejo de simbiose – se fechar na relação com o parceiro – e o desejo de liberdade.
E este parece que começa a predominar.
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