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Regina Navarro Lins

O amor pode se apresentar para cada pessoa, em cada momento, de diferentes maneiras.

Regina Navarro Lins

01/11/2016 07h08

Ilustração: Lumi Mae

Ilustração: Lumi Mae

 

Comentando a Pergunta da Semana

A maioria das pessoas que respondeu à enquete da semana acredita existir um parceiro ideal para cada pessoa.

Num mundo de sete bilhões de habitantes, essa ideia não me convence. É uma crença que parece remeter à expectativa de se encontrar a "alma gêmea", "alguém que me complete", ou seja, se entregar à idealização de um par amoroso único e especial.

Quando uma relação amorosa se inicia, bem que todos se esforçam para corresponder às esperanças depositadas naquele encontro. Afinal, no mundo ocidental, as pessoas amam estar amando, apaixonam-se pela paixão, muito mais do que por alguém em especial.

Com o tempo e a intimidade, você acaba percebendo aspectos no outro que não lhe agradam. Mas aceitar isso é difícil; são feitas então inúmeras concessões.

É comum se chegar ao limite quando não se suporta mais fazer concessões. Aí, não tem jeito: a separação acontece.

Em muitos casos, a dependência emocional que se tem do outro pode levar a uma atitude de resignação. As pessoas continuam juntas, acomodadas, dando a impressão de estarem anestesiadas.

Mas as mentalidades estão mudando. O dilema atual se situa entre o desejo de simbiose com o parceiro e o desejo de liberdade.

Quando alguém alcança um estágio de desenvolvimento pessoal em que descobre o prazer de estar sozinho, se dá conta de uma profunda mudança interna.

Preservar a individualidade passa a ser fundamental, e a ideia básica de fusão do amor romântico deixa de ser atraente.

Por enquanto, não há dúvida de que desejar viver relações de amor longe da ideia de que os dois vão se transformar num só pode ser frustrante para a maioria.

Contudo, é possível viver um tipo de amor bem diferente. Não alimentando fantasias românticas de fusão com outra pessoa, cada um tem a oportunidade de pretender se sentir inteiro, sem necessitar de outro para completá-lo.

Aí então será possível descobrir as incontáveis possibilidades do amor e como ele pode se apresentar para cada pessoa em cada momento de diferentes maneiras.

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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