O preço das diferenças
Comentando a Pergunta da Semana
A maioria das pessoas que respondeu à enquete da semana não acha possível ter uma boa relação amorosa quando pensamos muito diferente do outro.
As diferenças entre as pessoas que formam um casal tendem a ser colocadas na balança: o que nos agrada no outro deve constituir o lado mais pesado.
O que se espera do parceiro é sempre uma boa vontade em relação a preferências de um e de outro, mas há limites, que estão geralmente associados à nossa visão do mundo, incluindo valores e crenças.
Se você, por exemplo, descobre durante o período de namoro que a pessoa com quem pretende conviver por bastante tempo é preconceituosa, e você não suporta pessoas preconceituosas, há um grande problema: o que fazer?
Há situações bem difíceis de lidar, e o prazer da convivência pode ficar comprometido. Resolvi fazer um levantamento sobre essa questão, consultando 30 pessoas.
Perguntei a cada uma o que para ela tornaria impossível a vida a dois, no que diz respeito à forma de pensar do outro. Estas foram algumas das respostas obtidas:
— "Não poderia conviver com uma mulher que não colocasse a educação de nossos filhos em primeiro lugar, acima de nossos prazeres"
— "Adoro a minha família, principalmente a minha mãe. Sou filha de criação. Não poderia suportar um marido que a tratasse mal"
— "Sempre aceitei todas as pessoas do jeito que são. Acho que um homem que discriminasse homossexuais não ficaria ao meu lado."
— "Acho que seria quase impossível viver com uma mulher que fosse religiosa a ponto de ir à igreja todos os dias. Não ia dar certo!"
— "Jamais casaria com um homem que acreditasse que é importante bater nos filhos para educá-los."
— "Detesto homens machistas, que se acham superiores e por isso decidem tudo sem consultar a mulher. Não ficaria com um desses de jeito nenhum!"
Fortes divergências na forma de pensar podem atrapalhar bastante ou até inviabilizar uma relação, mesmo no período de namoro. Por isso é importante, quando se conhece uma pessoa, percebê-la sem a névoa criada pelo amor romântico, que nos impede de perceber o outro do jeito que é, mas sim sob uma névoa que encobre o real.
Na idealização você atribui ao parceiro característica que ele não possui. Mas na convivência cotidiana, após o casamento, é impossível manter a idealização. Você começa a perceber aspectos que não gosta ou admira no parceiro. É comum então as frustrações se acumularem e se instalar o desencanto.
Muitos se esforçam tanto para manter o casamento e só desistem depois de fazer inúmeras concessões. Quando a frustração se torna insuportável, então se separam.
No caso de haver separação, o primeiro passo seja desenvolver a capacidade de viver bem sozinho. É descobrir o prazer da própria companhia.
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