Liberdade sexual da mulher fez homem se preocupar em ser bom de cama
A partir do momento em que a satisfação sexual passou a ser condição para a continuidade de uma relação amorosa, a preocupação dos homens com o desempenho aumentou como nunca.
O homem, que nunca pareceu ter problemas quanto a isso, foi surpreendido por essa nova exigência: satisfazer plenamente a mulher para ser considerado "bom de cama".
Até algum tempo atrás, várias razões o protegiam e contribuíam para aumentar sua segurança nessa área: a mulher não podia manifestar prazer sexual; a divisão das mulheres em puras e impuras; a crença de que o desejo e a necessidade de sexo eram maiores no homem.
Durante muito tempo se acreditou que apenas ele sentia prazer sexual. A mulher não se interessaria pelo assunto. Seu aparelho genital servia somente à procriação; o prazer era restrito a ter e criar filhos. Mulher gostar de sexo era motivo de vergonha.
Até a segunda metade do século 20 a discussão sobre sexualidade nem era permitida. Alguns chegavam ao cúmulo de acreditar na seguinte afirmação, feita na Inglaterra por lorde Acton, no século 19: "Felizmente para a sociedade, a ideia de que a mulher possui sentimentos sexuais pode ser afastada como uma calúnia vil".
Ainda bem que essas campanhas anti-vida estão cada vez mais distantes. Da década de 1960 para cá, com o movimento de liberação dos costumes e o advento dos anticoncepcionais, as influências que protegiam socialmente o homem começaram a ser destruídas.
A mulher, que antes só tinha experiência sexual com o marido, mesmo assim de forma restrita, agora exige mais prazer. O homem, que se mostrava seguro e absoluto, começa a se preocupar em ser avaliado e passou a sofrer muito com sua sexualidade.
O temor de não ter ereção, de ter o pênis pequeno ou fino, a ejaculação precoce, geram insegurança. Tudo isso causa muita ansiedade, mas ainda tem mais. Até chegar a essa intimidade com a mulher, o homem tem que passar por outra prova: conseguir levá-la para a cama.
A conquista e a sedução são um novo problema. Possuem, hoje, códigos tão distintos dos de antigamente, que o homem se sente inseguro. Já está longe a época em que ele não temia tomar a iniciativa. Os papéis eram bem definidos: o dele era insistir, e o da mulher era dizer não, o que não significava necessariamente uma recusa.
E agora? Acredito só haver uma saída para o homem que deseja estar em sintonia com a sua época: libertar-se totalmente do condicionamento machista que recebeu, percebendo as singularidades da mulher que deseja e captando os sinais que ela lhe enviar.
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