A dificuldade de se separar
Comentando o "Se eu fosse você"
A questão da semana é o caso do internauta, casado há cinco anos, que se apaixonou pelo filho da mulher. Estão tendo um caso escondido há dois anos. Ele pensa em se separar, mas não consegue.
Sem entrar na questão da situação vivida por filho e padrasto, que é inaceitável e indignou muitos internautas, prefiro abordar a dificuldade que muitas pessoas têm de se separar, quando a vida a dois não é mais satisfatória.
Há casos em que se adia a separação indefinidamente, como se não houvesse saída. Para o psicólogo italiano Edoardo Giusti, estudioso do tema "separação", realmente, de um passado cheio de equívocos, alguns sem dúvida inconscientes, e de um presente tão obscuro, o futuro só pode parecer temível e ameaçador.
Retrair-se na imobilidade é às vezes uma reação instintiva. Disso resulta uma vontade de adiar qualquer decisão, uma vontade, talvez até inconsciente, de não se mover. Muitas vezes ocorre que uma decisão definitiva de separação seja tomada depois de muitos anos de inquietude e angústia.
De fato, quantos motivos se apresentam para querer a separação, tantas outras causas de resistência ao afastamento entram em funcionamento, e tantas outras interrogações, dúvidas e indecisões vêm à mente.
Nessa fase geralmente surgem uma profunda insegurança e o medo do desconhecido, constituindo o núcleo daquele "sentir" de onde emergem a mil e uma razões para adiar, não decidir, não querer ver.
"Ambos temem que a separação seja um capricho do qual se arrependerão amargamente na solidão da vida futura. Eles têm a sensação não só de jogar fora anos de vida passados em comum, como também de destruir com um só golpe tantos projetos comuns acalentados com entusiasmo." , diz Giusti.
Mas temos que levar em conta também que em muitos casamentos, as pessoas não se separam porque dependem um do outro emocionalmente, precisam do parceiro para não se sentirem sozinhos e para que ele seja o depositário de suas limitações, fracassos, frustrações e também para responsabilizá-lo pela vida tediosa e sem graça que levam.
O psicólogo americano Vincent Miller acredita que "algumas vezes o casamento vai enferrujando tão completamente que, afinal, se quebra em pedaços, e os dois se divorciam como se estivessem abandonando uma peça de maquinaria que parou, sem possibilidade de conserto. Outros casamentos morrem de morte violenta, como um carro que bate num poste telefônico, liberando dois corpos, que vão aterrar nas contorcidas posições de pessoas com os ossos quebrados."
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