Amantes virtuais
Comentando o "Se eu fosse você"
A questão da semana é o caso do internauta que é casado e se relaciona virtualmente com uma mulher de outro estado. Os dois gostariam de se encontrar, mas temem estragar a relação, que é ótima.
O sexo virtual venceu a estranheza inicial que qualquer forma de pensar e viver diferente gera. Afinal, o novo assusta. O desconhecido gera insegurança. Ainda mais no que diz respeito aos relacionamentos amorosos e sexuais. Entretanto, ainda há os que atacam comportamentos como o do internauta que relatou a situação que está vivendo.
"É impressionante como tem tantas trouxas e tantos otários que caem fácil feito um(a) patinho(a) nesse negócio de namoro virtual… É ridículo! É de dar risada mesmo. KKKKKKKKKK!!!!!!!!!! É falta do que fazer na vida…"
Mas alguns dos comentários mostram que há pessoas que vivem ou viveram boas experiências pela internet.
"Aconteceu isso comigo há sete anos. Ambos éramos casados. Nos encontramos pessoalmente e estamos juntos até hoje. O virtual nunca será o real! Nada substitui o cheiro, gosto, o olhar, a pele… Vale a pena sim!!!"
"Vivo algo semelhante há oito anos. Nos encontramos algumas vezes e foi ótimo. Hoje somos grandes amigos e nos falamos sempre. Isso nunca comprometeu nossa vida "real" e nunca fizemos a infelicidade de outros. A vida é para ser vivida e os sentimentos para serem sentidos. Nunca me arrependi de nada. Aos hipócritas e moralistas de plantão, o caráter envolve muitas outras coisas e não se limita à vida de casal."
"Tenho um relacionamento virtual há oito anos, sou casada e ele também. Somos amigos e confidente. Já rolou de tudo, nos gostamos sinceramente. Nunca falamos sobre os nossos cônjuges. Só espero que seja eterno enquanto dure."
Um grande número de pessoas já saiu com alguém que conheceu pela internet. Em muitos casos tudo começou com um amor virtual, bem antes de combinarem um encontro em algum outro lugar. Houve o tempo em que as senhoritas conheciam o futuro namorado na missa de domingo.
O automóvel e o telefone, no início do século 20, aproximou os casais ao possibilitar uma novidade: o encontro marcado. Hoje os internautas sabem muito do outro antes do encontro ao vivo, ou pelo menos as versões dadas por cada um.
No estudo do professor de Comunicação da UERJ Márcio Souza Gonçalves inúmeros relatos indicam que as sensações físicas experimentadas no sexo virtual são tão reais quanto as de um relacionamento não-virtual. "A ausência do encontro face a face e de contato físico não implica a exclusão radical do corpo: ainda que não tendo acesso ao corpo do parceiro, cada um dos envolvidos tem um corpo que sente, sofre, se emociona e goza", diz ele.
O que o autor sustenta, em resumo, é que os amores virtuais não devem ser entendidos como amores incompletos, artificiais, desviantes, menores, e sim como amores plenos, ainda que de um tipo novo e estranho. A história do amor é a de uma sucessão de artifícios e neste momento estamos diante de mais um, tão artificial quanto todos os outros.
Para Márcio "é evidente que a expressão amores virtuais não designa um só tipo de experiência amorosa, mas antes uma gama de experiências. Temos minimamente amores virtuais duradouros, verdadeiros relacionamentos estáveis, e também relacionamentos virtuais efêmeros, rápidos, que não implicam nenhuma forma de duração."
Sem dúvida, o anonimato garante aos relacionamentos virtuais total liberdade de expressão das fantasias e uma ousadia bem maior. As referências são distintas das do mundo real, mas nem por isso a troca de prazer sexual é necessariamente de menor qualidade.
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